sexta-feira, 15 de julho de 2022

 Belo Horizonte, 29 de Janeiro de 2000.

Dom Célio, caro amigo e companheiro cristão e franciscano, muita paz, luz e amor.

Agradeço a sua atenção para comigo, pois recebi a sua resposta em 04/01/2000.

Dom Célio, em sua carta de 22/09/1999. Você escreveu: “Com relação ao conteúdo das cartas que você mandou para o frei Estanislau, frei Patrício e frei Basílio, de fato daria mesmo para falarmos muito. Mas em todas eu percebo seu espírito perscrutando as Escrituras”.

Comprei os dois dicionários que você me indicou em sua primeira carta e já estou utilizando-os para o aprimoramento dos meus conhecimentos.

Você acertou em parte, pois o que realmente procuro é deixar tudo o mais claro possível, até para aqueles que ainda possuem dificuldades para compreender a si mesmos e a Deus, que é a plenitude da perfeição em tudo. Quero deixar tudo o mais claro e conciso possível para que outros não venham interpretar o que quis dizer, pois assim complicarão tudo, já que dificilmente compreenderão tudo. Aprendi isso com as experiências e o que aconteceu com o nosso mestre Jesus, pois muito daquilo que se dizem que Jesus disse não é realmente cristão.

Realmente, após o dia 07/01/1980, como se fosse efeito de um toque de mágica, passei a ter capacidade para entender bem profunda e claramente sobre tudo. Mas não foi um toque de mágica e sim foi a presença de Deus, que se sintonizou comigo. Esta sintonia com Deus se tornou consciente e clara para mim no dia 12/04/1984. Só escrevi este assunto para o frei Basílio, em 31/03/1995, depois dele ter escrito para mim, em 04/08/1993, assim: “Não vou argumentar nada com você para não profanar o grande segredo, a grande revelação”.

O meu principal objetivo com as minhas cartas teológicas, bíblicas e filosóficas é divulgar e explicar a VERDADE, que encontrei. Fico muito satisfeito e contente mesmo, quando alguém não aceita as minhas ideias ou teses, pois assim posso defendê-las com mais clareza e concisão, como também descobrir se houve algo ainda meio nebuloso e em que não ficou bem clara e lúcida a explicação. Estes foram os exemplos do frei Estanislau (4 cartas), frei Basílio (11 cartas) e padre João Batista Libânio (4 cartas).

O padre João BL me escreveu, respondendo à minha carta de 13/09/92, citando Santo Tomás: “O que afirmamos de Deus é sempre mais equivocado que correto, pois sabemos mais o que Deus não é do que Ele é”. Realmente isso é uma grande verdade. Nós temos que ter coragem para pensar no já pensado e só assim encontraremos a VERDADE ABSOLUTA. Temos que eliminar os princípios bitoladores da nossa liberdade de pensar e buscar a compreensão e explicação plena de tudo.

Quando pedi a opinião do padre e teólogo João B. L. sobre a tese “Deus Não Perdoa Nunca” e sua correlação com a prece de Jesus no Getsêmani, o que queria era mesmo me aprofundar no assunto, mas ele apenas desejou-me “muita dedicação à Bíblia”. Queria ver como ele se sairia do labirinto que nos foi ensinado, pois a redenção do gênero humano não está no sacrifício da morte e morte de cruz, mas na experiência e vida com plenitude de amor, e nos ensinamentos deixados por Jesus.

Sobre a minha segunda carta, o padre e teólogo João BL apenas escreveu: “A sua carta revela grande manuseio e conhecimento da Escritura”, e voltou a referir-se ao assunto da carta anterior. As outras duas ainda estão sem respostas, mas as minhas ideias foram apresentadas e divulgadas.

Nesta carta quero falar sobre a busca do conhecimento para nos autoconhecer, compreender e explicar a VERDADE ABSOLUTA, que é Deus-Pai-Mãe, o Espírito Incriado, que foi o primeiro Criador.

Considero-me como um gnóstico, dualista e monoteísta. Consegui correlacionar o estudo teológico com o matemático. Com uma profunda visão e racionalidade matemática, fica muito fácil expor conceitos e ideias sobre o que é verdade relativa e o que é a Verdade Absoluta.

Como gnóstico tenho como meta a busca da perfeição, pois o próprio mestre Jesus já nos ensinou: “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Pela perfeição alcançamos a liberdade ou a condição de sermos livres: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Com liberdade e perfeição, conquistamos a pureza e aí estamos aptos para nos encontrar com Deus: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8).

Como dualista, sou adepto do dualismo; isto é: defendo a existência de duas espécies de realidade, como espírito e matéria, planos espiritual e material, universos paralelos, dia e noite, sempre ideias opostas, mas complementares e não eliminatórias. A existência de Deus-Pai-Mãe, o primeiro Criador e nós, os filhos, filhas de Deus, que fomos criados. Então Deus existe e eu existo, você existe, ele existe e eles existem; só que eu não sou parte ou partícula de Deus, ou mesmo uma centelha divina, mas filho criado por Deus.

Sou contra a crença de dois princípios eternamente conflitantes; como também nego o dualismo modificado, que sustenta que Deus é ambivalente, isto é: ao mesmo tempo benévolo e malévolo. Estas duas ideias são os sofismas do dualismo, defendidas por pseudos sábios.

Enquanto o ser humano estiver vivo, sou adepto do unitarismo, defendido pela Teologia da Libertação, pois somos um todo inseparável: carne, mente, alma ou espírito. Mas com a morte física do corpo, existe a separação do espírito e aqui se prova a existência do dualismo, que é a corrente filosófica contrária ao monismo.

Unindo as minhas ideias gnósticas e dualistas, sou um evolucionista, mas tento aprimorar as ideias evolucionistas de Darwin, que defendeu a seguinte fórmula: “Sobrevive o mais apto”, e as ideias evolutivas de Teilhard de Chardin, um grande teólogo defensor da evolução, que substituiu a fórmula de Darwin para: “Sobrevive o mais complexo”. Defendo a seguinte fórmula: “Sobrevive o mais sábio e o mais forte”. Digo assim, porque o sábio fraco é sugado e destruído por um outro, que pode ser menos sábio e mais forte; por outro lado o “mais sábio e mais forte”, mesmo não destruindo ou eliminando ninguém, sobrevive pela sua sabedoria e pelo respeito que impõe a todos os outros, já que ninguém tentará destruí-lo.

As minhas ideias evolutivas e evolucionistas continuam sendo dualistas, pois não haverá a unidade perfeita com Deus, como defende o teólogo Teilhard de Chardin, mas existirão muitos perfeitos... (Dualismo na evolução, pois se existe o segundo, haverá o terceiro, o quarto, o quinto e assim indefinidamente, como está escrito em Mt 5,48). Pelas ideias evolutivas de Teilhard de Chardin, os espíritos ou almas irão submergir ou afogar-se em Deus; isto é: se acabarão, pois havendo a união plena entre um superior com um inferior, este desaparecerá, já que perderá a sua individualidade, como os pingos de chuva ou os rios de água doce no oceano de água salgada.

Como monoteísta, sou também teísta, antropomorfista, e nego o panteísmo, o politeísmo e o monismo. Acredito e sei que Deus pode manifestar-se a qualquer pessoa ou ser criado da forma que Ele desejar e for necessário para intervir na história e evolução da humanidade ou da criação.

Veja os exemplos em Gênesis 3,8; 18,1; 28,10 a 15; 37,5 a 11; 40,5 a 19; 41,1 a 32; Êxodo 3; I Samuel 3; 16,1 a 13; II Samuel 12,1 a 14; I Reis 19,9 a 18; Isaías 6,1 a 13; Jeremias 1,4 a 19; Daniel 5,5 e 25; 14,33 a 39; Mateus 3,17; 17,1 a 8; Atos 2,1 a 12; 9,3 a 19; 12,6 a 11.

Aceito que Deus pode estar em qualquer lugar, mas Ele não está em todo lugar, então o conceito ou ideia da onipresença para Deus é um pouco sofista, mas com isso não diminuo ou restrinjo a onisciência e onipotência de Deus. Se Deus estivesse presente em todo lugar ou em todo ser criado, Ele estaria também naqueles que roubam, matam, violentam, estupram, caluniam, dão falso testemunho e aí Deus estaria concordando com tudo ou seria completamente nula ali a sua presença.

Como não consigo imaginar nenhuma nulidade para com Deus, então Ele não está presente nestes casos. Também, se Deus estivesse presente em todo lugar e ou em todos, não poderia haver discordância e até “guerras santas” em nome de Deus, isto seria uma grande contradição e muito irracional mesmo.

Como Deus respeita plenamente a liberdade de todos, Ele só se aproxima, quando o profeta ou o discípulo estiver preparado, e abrir as portas do coração. Neste caso se cumprirá o que está escrito: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30), e “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9b). Aqui existe ainda um grande e belo segredo, que ainda não posso revelar.

O panteísmo é um sofisma filosófico sobre Deus, já que defende que tudo é Deus. O monismo é uma outra forma de apresentar o erro do panteísmo, já que defende que a criação é Deus.

Nego também o politeísmo, que defende a existência de muitos deuses, mas existem muitos espíritos, e, em muitos casos, estes assumem a posição ou o lugar de Deus, por isso existem muita confusão e um caos mesmo de ideias e conceitos sobre Deus. Deus-Pai-Mãe, o primeiro Criador, não guardou só para Ele o segredo de ser criador, então aceito que qualquer ser criado, tem que evoluir, e poderá ser também um outro criador: o dualismo na criação. Cada um é o responsável por tudo aquilo que faz ou cria, e nós temos que ter capacidade para analisar, descobrir e entender se a criatura, com a qual nos estamos relacionando, veio de um criador bom ou não, ou mesmo se é Deus, uma criatura de Deus ou de um falso deus.

A grande confusão e o labirinto que surgiram para toda a humanidade é que cada ser humano criou para si uma imagem de Deus, e julga que esta sua imagem de Deus é o verdadeiro Deus, por isso temos vários conceitos e ideias sobre Deus, completamente errados. Veja e analise bem esta frase: “O Deus de muitos cristãos é anticristão”. Aqui se encontra a razão de muitos conceitos e ideias, que reduzem Deus a mediocridade de muitos: um Deus que se arrepende, um Deus que vinga, um Deus que tem ira, um Deus tirano e carrasco, um Deus que exigiu a morte do Filho para poder perdoar a humanidade condenada pela culpa de Adão e Eva, um Deus que julga e condena para a eternidade, um Deus que exige uma obediência cega, um Deus que causa medo e terror, um Deus responsável por muitos males e pragas. (Veja bem a carta que enviei para o Frei Patrício, que ainda continua sem resposta).

Em 24/08/1983, recebi a explicação do mistério da Santíssima Trindade, e vou expor aqui o que consegui escrever naquele dia, apesar da grande emoção sentida:

- “O Pai cria os seus filhos ignorantes. Tudo que o “Pai” criou, cria e criará é puro e santo. Pelas encarnações, que são experiências em corpos de carne, e pelo livre-arbítrio, eles, os filhos e filhas de Deus, evoluem, buscando a sabedoria e a perfeição.

A meta das criaturas materializadas ou vivendo na matéria, desde o reino mineral até aos homens, representando o “Deus-Filho”, é serem espíritos puros ou anjos.

Os espíritos desencarnados ou almas, libertas dos corpos de carne ou da matéria bruta, representam o “Deus-Espírito-Santo”.

Deus-Pai” é o Pai de todos os filhos e filhas encarnados, que vivem na matéria, e ou desencarnados, que estão livres da matéria bruta. Igual ao “Pai” ninguém poderá ser, pois o “Pai” não teve princípio e nem terá fim, mas nós fomos criados à sua imagem e semelhança.

No processo de evolução, que é a busca da sabedoria, os filhos e filhas de Deus passam por vidas sucessivas e estas podem ser sofredoras ou alegres, dependendo dos carmas a serem pagos: colhe-se aquilo que se semeia. Quando o processo de desenvolvimento estiver bem evoluído ou adiantado, não é mais necessária a encarnação em corpos de carne, e essa só ocorre em casos de missão e auxílio aos irmãos em evolução: “amor sublime para com todos, e fidelidade plena a Deus”.

O “Pai” dirige tudo, e só Ele sabe o que acontece com cada filho, mas Ele precisa da nossa aceitação e ação, para poder intervir na evolução da sua criação.

O juiz de tudo é: primeiro, o próprio filho, que saberá, se cumpriu bem ou não, a sua missão, pelo remorso ou pela paz interior; segundo, os outros, mas não podemos julgar nossos irmãos.

Os filhos, no plano espiritual, estabelecem as metas a serem cumpridas nas próximas vidas, ou aceitam as decisões e tarefas dos mais sábios, quando não podem ainda optar, pois são novos, ou possuem pesados carmas a serem pagos.”

Tem-se aqui a explicação do Mistério da Santíssima Trindade: “Um só Deus, em três pessoas distintas: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo”. Então a ideia de Deus aqui se refere ao “Todo”, como está claro na exposição anterior. Deus-Pai, o Espírito Incriado, não é o “Todo”, e nem está no “Todo”, mas é parte deste “Todo”. O que chamo de Deus é apenas o Pai.

Em todas as correntes filosóficas sobre Deus existem verdades e sofismas. O mistério foi a saída ou fuga dos estudiosos, teólogos ou não, pois não queriam se humilhar dizendo que não sabiam como explicar fatos e acontecimentos ainda inexplicáveis por causa da condição evolutiva do próprio Planeta Terra ou do gênero humano.

Somando os meus conhecimentos teológicos, matemáticos e filosóficos, digo:

  1. Deus-Pai é comparado com a figura da reta. Todo matemático sabe que uma reta não tem início e nem fim. Deus não teve início e não terá fim. Uma reta é construída por uma sequência infinita de pontos na mesma linha e todas as retas são iguais. Por um mesmo ponto, pode passar um número indefinido de retas, com apenas um ponto em comum, e todas são realmente iguais, enchendo todo o espaço cósmico, que é também infinito.

  2. Nós, que fomos criados, somos comparados com a figura da semirreta. Todo matemático sabe que uma semirreta tem início, e não tem fim. Nós também tivemos início, e não teremos fim. Nós não somos todos iguais, pois fomos criados em momentos diferentes, e o criador nem é sempre o mesmo.

  3. O Mistério da Santíssima Trindade: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo, três pessoas distintas, mas um só Deus. Deus aqui é comparado com o maior conjunto possível, cosmicamente falando. Cada espírito, cada ser vivo, cada célula e cada átomo são elementos deste “imenso conjunto cósmico”, que pode ser dividido em milhares de subconjuntos. Cada ponto é um elemento deste imenso conjunto, que é o infinito espaço cósmico, que continua sendo espaço livre, pois tudo aqui são só ideias e conceitos abstratos, dentro de conceitos racionais e lógicos. Deus-Pai, a quem realmente chamo de Deus, é um elemento deste conjunto também. Jesus já nos ensinou: “Mas vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade” (Jo 4,23 e 24).

  4. Dividindo o grande conjunto cósmico em três (3) subconjuntos, temos:

a) Deus-Pai-Mãe-Criador, o Espírito Incriado e primeiro Criador, é um conjunto de um só elemento, já que ninguém é igual ao Pai.

b) Deus-Espírito-Santo é o conjunto de todos os espíritos criados, que estão libertos dos corpos de carne. Então cada espírito livre da matéria bruta é um elemento deste conjunto (subconjunto), que é o “Espírito-Santo”.

c) Deus-Filho é o conjunto de tudo aquilo que existe no reino da matéria, pois a matéria também foi criada, desde o átomo até a um planeta, desde o microscópico vírus até ao ser humano, que é o rei da criação. Então cada ser vivo é um elemento deste conjunto (subconjunto), que é o “Deus-Filho”.

  1. Tudo na geometria, que é um ramo da matemática, inicia-se com o ponto. Ninguém explicou como surgiu o ponto. Uma esfera é um conjunto de pontos e o ponto que deu início a uma esfera é chamado de centro desta esfera. Cortando uma esfera ao meio temos a visão de um círculo. Toda linha que passa pelo centro do círculo e está contida no próprio círculo é chamada de diâmetro. A metade do diâmetro é o raio, que é um segmento de uma reta, que liga o centro da circunferência a circunferência. Partindo do centro da circunferência, e caminhando em sentidos opostos, temos dois (2) raios iguais e pertencentes ao mesmo segmento de uma reta, que é o diâmetro.

  1. A equação da reta, que é: “uma curva de raio infinito”, prova a existência da reta, pois este raio não é raio, mas uma semirreta, e com duas semirretas em sentidos opostos, temos uma única reta. Mas existem os pensadores sofistas, que só confundem aos menos sábios, dizendo que não existe reta, pois conforme a própria equação, que diz que a reta é uma curva, dizem que não existe reta, e daí vem a confusão. Mas Jesus já nos ensinou também que: “Então, se alguém vos disser: “Olha o Cristo aqui!” ou “ali”, não creiais. Pois hão de surgir falsos Cristos e falsos profetas, que apresentarão grandes sinais e prodígios, de modo a enganar, se possível fora, até mesmo os eleitos. Eis que eu vo-lo predisse” (Mt 24,23 a 25). Unindo todos os “raios infinitos” de um mesmo círculo, que não são raios, mas semirretas, temos novamente o grande conjunto cósmico, pois aqui tudo está incluído.

Temos como responsabilidade a missão de executar bem tudo aquilo que nos foi confiado por Deus, já que Deus confiou e confia em nós plenamente.

Um grande abraço do amigo, irmão e companheiro nesta nossa caminhada rumo à perfeição.

Rosário Américo de Resende.


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

2ª Carta para o Leonardo Boff (05/05/1997)

 

Belo Horizonte, 05 de Maio de 1997.

Leonardo Boff, que o amor e a luz de Jesus possam envolver a todos nós, que a humildade, sabedoria e intuição de São Francisco de Assis venham em nosso auxílio e assim possamos encontrar, compreender e divulgar a Verdade, que liberta e pacifica o nosso espírito.

Essa é a segunda carta que lhe envio, pois a primeira foi escrita em 12/02/1990 e nem sei se chegou ao seu conhecimento, pois até hoje não recebi resposta. Quando comentei com outras pessoas sobre a primeira carta, que ainda estava sem resposta, recebi o seguinte comentário:

- “O Frei Leonardo Boff é muito ocupado e muito importante para ler tudo o que lhe é enviado. Quase tudo passa ao crivo de uma secretária e ela decide se ele deve ou não tomar conhecimento do assunto”.

Atualmente sou um pesquisador teológico independente e estudo a “Bíblia Sagrada” sem nenhum compromisso com esta ou aquela doutrina, ou mesmo preconceito desta ou daquela doutrina. O meu compromisso é com DEUS-PAI-MÃE e com a VERDADE. Por isso cheguei a conclusões muito interessantes, que deveriam ser analisadas por especialistas em exegese, que tenham suas mentes abertas e “coragem para pensar no já pensado”.

Com esse objetivo já escrevi para muitos teólogos, membros da Hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana, mas esses homens estão muito ocupados com seus trabalhos, “quase profissionais” e não têm tempo de “buscar a ovelha perdida”; ou possuem um severo compromisso com o “direito canônico”, por isso respondem-me com o silêncio, ou ainda considerando-me um herege do século XX. Esquecem que “DEUS” é onipotente e livremente escolhe os seus enviados ou mensageiros. Entre os meus escolhidos está o Padre João Batista Libânio, para o qual já escrevi 4 cartas, expondo minhas teses bíblicas ou teológicas, como:

1) “Deus não Perdoa Nunca”.

2) “O Tentador de Jesus é o mesmo Espírito, que Moisés considerou como Deus: Iahweh”.

3) “A carta Joanina”, que foi baseada no Evangelho Segundo São João Evangelista.

4) “O Deus imperfeito da Bíblia ou o incompleto (ou errado) ensino sobre a Bíblia”.

5) “As comunicações bíblicas entre os planos visível e invisível”. 

Recebi respostas das duas primeiras cartas em dois cartões, mas da terceira e quarta, escritas em 21/07/1993 e 02/01/1994, até hoje só o silêncio veio como reposta. Apesar de todo o silêncio e de todas as portas fechadas, continuo escrevendo, pois tenho plena certeza que escrevo para muitos no presente e no futuro, por isso tiro cópias de tudo e depois vou divulgando para outras pessoas. Essa é a minha responsabilidade, não posso ser omisso e infiel a Deus-Pai-Mãe, que confiou e confia muito em mim. Dele é que recebi essa missão.

A razão dessa carta é porque fui interrogado sobre o seu livro: “Brasa sob Cinzas”, que foi lançado em Belo Horizonte no dia 16/04/1997. Depois a mesma pessoa mostrou-me o livro e leu um pouco para mim dos capítulos I e II, que me espantou e até chocou. Enquanto ouvia a leitura decidi comprar e ler o livro, como também em escrever-lhe. Mesmo que não venha a me responder, mas tinha que por em prática a intuição recebida: “Deus escreve certo em linhas tortas, mas não foi Deus que fez as linhas tortas”.

Com referência a Verônica, digo que você viu apenas o efeito, mas para tudo temos que buscar a causa. Não podemos ver na observação da jovem algo sem causa. A doença dela não foi fruto do acaso ou uma falha na perfeita criação de Deus-Pai-Mãe, o pleno de AMOR E PERFEIÇÃO. O acaso não existe, para tudo temos que buscar uma explicação, compreensão e entendimento do porquê e não lamentar o efeito. A justiça invisível é perfeita e justiça é sempre cega, como também cobra até ao último centavo.

Já a comparação do caso de Verônica, a jovem que morreu de leucemia e “virgem sem se sentir virgem”, com a triste história bíblica de Jefté e sua filha, julguei-a muito infeliz. Decepcionei muito mesmo com a sua atitude, pois você não condenou o nefando e vil voto e sua realização, mas justificou o choro das amigas da inocente jovem “porque ela não experimentou o êxtase e o amor fecundo de um homem” (Vide Juízes, 11).

Para mim você perdeu uma ótima ocasião para condenar o bárbaro erro e crime do guerreiro Jefté, que cumpriu o vil voto feito a um tirano invisível e nunca a Deus-Pai-Mãe-Amor. Se um ato como aquele fosse realizado hoje seria crime perante a sociedade e perante Deus, então na antiguidade também deveria ser: quem evoluiu foram os homens e não Deus! Ou será que Deus também se aperfeiçoou? Para mim é mais outra grande ignorância e os teólogos se calam perante ao povo!!!

Existem muitos acontecimentos bíblicos, que hoje seriam considerados como atos de “magia negra”. Se hoje são, ontem também o eram. Não podemos nunca pensar que Deus-Pai-Mãe-Amor pôde aprovar atos de magia negra, como expus na 4ª carta para o Padre João Batista Libânio.

No caso do seu encontro e diálogo, após o batizado, do capítulo II, fiquei perplexo com sua meditação e vergonha de você mesmo. Aquele ato, ao qual você refere, nunca seria a expressão de um amor maior. Para mim, você faria um ato de muito amor mesmo, se voltasse lá e a tratasse como uma pessoa digna de ouvir de sua boca o que Jesus nos ensinou a ensinar e amá-la como Jesus nos ensinou a amar. Dizer para ela o que Jesus disse para a mulher adúltera (Jo 8,2 a 11) e para defender Maria, que derramou em seus pés nardo puro, ungindo-o (Jo 12,1 a 8).

Nos dias de hoje se confundem muito o ato sexual como uma prova de amor e entrega, mas só o ato sexual coloca o ser humano num nível inferior aos animais irracionais, pois estes procuram e fazem o acasalamento só na época do cio para a reprodução, não existindo amor e fidelidade plenos. Já o ser humano se guarda para aquele ou aquela, que juntos irão viver a beleza da entrega de si mesmo em completa fidelidade... Só haverá a plenitude do amor físico e da paz na terra, quando existir fidelidade, amor e entrega dos dois lados. Não havendo fidelidade plena existe o adultério, assim nos ensinou o mestre Jesus, ou o que está escrito é falso? Muitos confundem o amor com a infidelidade e traição, e, a liberdade como a libertinagem!!!

A nossa educação de católicos não nos preparou e nem prepara para a libertação e a vitória pela morte; isto é: a ressurreição, após uma vida digna, honesta e pura, mesmo que seja em condições indignas. O que vale, espiritualmente falando, é aquilo que as traças ou a ferrugem não consomem.

Do capítulo VIII: “A lata de lixo que Deus não tem”, faço os seguintes comentários:

- “Deus não é família, mas utiliza da família para a evolução de sua obra e assim pois possamos vivenciar o seu grande amor, já que participamos intensamente da evolução de sua obra criada e com muito amor, sendo nós mesmos os responsáveis por nossa evolução (salvação).

A trindade ensinada sobre Deus-Pai-Mãe foi e é uma imensa gafe, como também um grande sofisma, que a ortodoxia buscou nos ensinamentos do Egito e Oriente (Índia) e nos fez engolir algo como o “Mistério da Santíssima Trindade”: um dogma e mistério, que nos foi imposto.

Só existe “mistério” por causa da ignorância e orgulho dos sábios e “dogma” é a fórmula encontrada por aquele (ou aqueles), que mandava ou manda e sabe menos, impor a vontade dele, já que quem discordava era considerado como um excomungado ou herege. Tivemos que calar perante muito pseudos dogmas impostos como a verdade pura e cristalina.

Como já disse que: “Deus não Perdoa Nunca” e isso ocorre porque Deus-Pai-Mãe é tão sábio, amoroso, bom, humilde, compreensivo e liberal que nunca foi ofendido. Como Deus nunca foi ofendido nada tem que perdoar. Quem defende qualquer tipo de pecado, como ofensa a Deus, é um ignorante da sabedoria, perfeição e onisciência de Deus.

Também o conceito do “Inferno Eterno” para aqueles que ofenderam e ofendem a Deus é um grande e grave erro filósofo dos teólogos católicos e protestantes, que no fundo são mais bitolados ainda, pois acreditam plenamente que tudo que está na Bíblia vem de Deus. Mas muitas coisas bíblicas vêm dos homens e de “falsos deuses”, que defendiam e ainda defendem seus territórios conquistados; isto é: aqueles que os temem e adoram cegamente.

Nós temos que perdoar, quando sentimos a ofensa e pedir perdão a quem ofendemos. Quem é beneficiado, perante as leis evolutivas, é aquele que perdoa e não quem recebe o perdão, já que foi este que causou a ofensa. Quem ofende agride a Lei evolutiva e Lei é sempre lei e é cega e cobra até ao último ceitil (Mt 5,26 e 18,34).

É um erro e muito orgulho nosso pensar que temos capacidade de ofender a plenitude da perfeição divina ou a presença onisciente de Deus entre nós.

Em “A terra dos justos e dos bons” podemos ver a constante busca do paraíso perdido. Ensinar que este encontro só acontece com a morte física do corpo, é ainda uma decepcionante fórmula de nos ensinar a beleza da vida, da libertação e da ressurreição. Jesus mesmo já nos ensinou: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (Jo 8,32) e “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), também: “O Reino de Deus está dentro de vós”. Temos que viver o “céu” já aqui na terra mesmo. Céu não é um lugar, mas um “estado de espírito”.

No capítulo XII: “Abraçar árvores”, gostei de ler o relato de sua experiência e vivência com uma árvore. Mas é preciso ter muito cuidado para não cairmos no “monismo ou mesmo no panteísmo”, conceitos filosóficos contrários ao “dualismo”. Quando nos sentimos como árvores, como a natureza ou deixamos de sermos nós mesmos e a natureza deixa de ser a natureza, temos um retrocesso com a negação do dualismo. Não existindo a dualidade, então é o mesmo que defender o nosso fim, pois sempre quando um ser inferior se aproxima do (ou soma com o) superior, aquele pode desaparecer na imensidão deste. É como o sumiço dos rios de água doce na vastidão das águas salgadas dos mares, quase, infinitos.

Tenho uma forte coincidência com o achado de Nag Hammadi, pois foram 45 textos descobertos em 1945 e nasci em 1945. Como para tudo existe planos e o dedo de Deus dirige tudo, respeitando plenamente a liberdade de todos, então a coincidência foi planejada. Em 1945, também, ocorreu o término da 2ª grande guerra europeia, asiática e africana, pois não houve batalhas na América.

Quem evolui somos nós, os seres humanos. Na hora certa, que só o Pai sabe, Deus-Pai-Mãe intervém e vai se revelando à medida que aparece alguém que pode receber, entender e divulgar a revelação do próprio “Espírito Incriado”, que é Deus-Pai-Mãe. Esse alguém tem que ter coragem para enfrentar as estruturas organizadas, que só aceitam aquilo que está de acordo com elas ou com o interesse de seus dirigentes. Jesus foi crucificado por causa disso.

Quem escolhe os representantes de Deus na terra é o próprio Deus e não as estruturas humanas, que foram e são orientadas para só receberem aquilo que querem receber como orientação do “Espírito Santo”. Por isso tudo muitas Verdades foram condenadas como heresias.

Você sabe muito bem disto, já que sentou na mesma cadeira, que foi utilizada por Galileu Galilei e Giordano Bruno. Um foi perdoado, porque retratou e o outro condenado a morrer na fogueira, já que era mais corajoso e cheio de fé, porque conheceu a Verdade, que liberta dos princípios que bitolam a nossa mente e a nossa liberdade de pensar.

Se o nosso destino é Deus ou melhor o encontro com Deus, então teremos que buscá-Lo primeiro dentro de nós e identificarmo-nos quem somos, quem é Deus e ou o que é Deus. Então não precisamos pegar o “trem”, mas viver bem a vida, em plenitude e abundância, seja lá onde estivermos. Não podemos correr atrás daquilo que ainda não temos ou não somos; ou mesmo querermos ser o que ainda não temos condição de sermos.

Lendo os livros: “Face Oculta da Mente” e os dois volumes de “As Forças Físicas da Mente” do Padre Oscar Gonzalez Quevedo, pode-se ver como a ignorância sobre DEUS por parte dos teólogos é imensa. Esse grande sábio da Hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana e da parapsicologia desviou a ignorância dele sobre DEUS para o “inconsciente”, dizendo que tudo tem sua razão e explicação no “inconsciente”. Esses livros quando referem e explicam sobre a “mente consciente” são fantásticos mesmos, mas quando referem à “mente inconsciente” não valem nada mesmo; isto é: uma ignorância plena ao lado de uma grande sabedoria, que contradição!

Para facilitar um pouco um provável diálogo, vou enviar-lhe as cartas que escrevi para o Frei Patrício ofm e para o Padre João Batista Libânio, deste apenas a quarta.

Como você escreveu sobre sua fenomenal experiência com uma união, quase plena, vivida com uma árvore (cap. XII), vou resumir aqui uma experiência, que vivi, quase indescritível e irreal mesmo para a medicina atual, que foi:

- “No dia 31/01/1991 acordei às 3,00 horas da madrugada e tive uma fantástica visão, que foi assim: “Uma das paredes do meu quarto desapareceu e vi bem longe um grande e perfeito círculo. Dentro desse círculo apareceu um rosto um pouco deformado, pois enchia todo o círculo, mas não tive nenhum medo, pois reconheci o rosto com facilidade. Imediatamente essa visão começou a aproximar-se de mim e à medida que ia aproximando-se diminuía de tamanho. Quando chegou a uma distância de uns 3 metros, tinha um raio de mais ou menos 1 metro e aí ouvi a seguinte frase:

- “O código é desnatadeira” (1 + 6 + 1 + 12 = 20). Logo desapareceu toda a visão”.

Decodifiquei o código e agi imediatamente, chamando aquele que representava o código, o número 12, que é um Cardeal Católico. Logo que chegou, dei a seguinte ordem, assim:

- “Você tem superioridade ao Profeta Maomé, então vá a ele e dê a seguinte ordem: “Maomé vai ao Saddam Hussein, o líder do Iraque, e faz com que ele dê ordens para a retirada das tropas iraquianas do Kuwait, da forma que ele puder: seja por sonhos, por intuição ou mesmo por aparição física”. Agora você não pode ir diretamente perante o chefe iraquiano, senão ele morrerá imediatamente” (A morte aconteceria por causa da imensa diferença da vibração religiosa).

Logo em seguida tudo voltou ao completo silêncio da madrugada e só ouvia o pulsar do meu coração.

No dia 02/02/1991, voltei a acordar de madrugada, sentindo uma grande tremura indolor no meu coração, que depois se esvaziou por completo, como se um balão liberasse todo o ar contido dentro dele. Senti um profundo silêncio interior, cheguei a pensar que tinha morrido ou melhor finalmente libertado e ressuscitado para a Vida Maior. Quando iniciou a tremura e forte pressão no meu coração, fechei os olhos. Após uns instantes e como me sentia bem calmo, pensei: “Se morri, tenho que assumir a minha nova realidade e não adianta ficar parado”, então abri os olhos e observei todo o quarto, só com o giro dos olhos: tudo estava igualzinho. Após um momento tive coragem e levantei a perna esquerda, olhando rápido para ver se havia uma separação (como aquelas do filme “Ghost, do Outro Lado da Vida”, que só assisti depois) e como não houve nenhuma alteração ou separação, exceto a parada absoluta do meu coração. Tentei sentir, observar e pegar o meu pulso e nada. Levantei devagarzinho e fui ao banheiro, acendi a luz: eram 3,00 horas da madrugada. Olhei-me bem no espelho, não observei mudanças físicas, voltei a tentar sentir o batimento do meu coração: nada mesmo, tudo em completo silêncio e profunda tranquilidade ou calmaria interior. Sentia como se houvesse um vazio dentro do meu tórax.

Decidi não ir para nenhum hospital, onde poderia morrer nas mãos de excelentes médicos, pois poderia ficar sob a responsabilidade de médicos sem escrúpulo e puramente cientistas, que poderiam fazer de mim uma simples cobaia, já que dentro de um hospital estaria entregue à decisão e vontade deles, que saberiam facilmente envolver aos meus parentes. Essa minha decisão também teve como base o meu “quase enforcamento dentro da clínica Pinel”, no dia 12/01/1980, e por isso tive medo de entrar num hospital daquele jeito. Não queria correr nenhum risco da parte dos profissionais da medicina. Sabia o que acontecia e isso dava-me muito coragem, confiança e fé na vitória final, pois estava com Deus. Tudo tinha que ficar oculta da medicina.......

Voltei para a cama, acordei calmamente minha esposa e disse para ela:

- “Veja como estou, como falo e vou andar aqui para você ver, já que vou lhe contar algo que irá assustá-la muito”. Ela quis saber imediatamente o que acontecia, quando relatei para ela o que estava se passando comigo, dizendo: “O meu coração parou de bater!”

- “O quê! Você está louco!”. Disse-me ela, mas também tentou sentir a minha pulsação e nada, colocou as mãos espalmadas no meu pescoço e nada sentiu, por fim colocou o ouvido no meu peito e nada ouviu. Aí ela ofereceu para levar-me a algum hospital, dizendo-me assim:

- “Você quer que o leve para um hospital agora?”

- “Do jeito em que estou, só entro em algum hospital amarrado!” Respondi decidido. Ela aceitou a minha decisão. Ficamos conversando até amanhecer. Ali pelas 6,00 horas levantamos e tomei um bom banho. Depois fomos para Contagem, uma cidade da Grande BH, com o nosso filho de 1 ano e 4 meses, sendo eu o motorista do carro. Em Contagem ficamos no apartamento dos meus sogros. Ninguém de lá ficou sabendo, no momento, do que estava acontecendo. Só eu e a minha esposa Malvina estávamos preparados para viver e levar aquela experiência até o fim.  

Não consegui alimentar com nada de sólidos, devido ao meu estado emocional, e só tomei líquidos. Quando voltávamos para a casa, às 18,30 horas, e passávamos debaixo do viaduto do Carlos Prates, senti o meu coração dar um forte pulo dentro do meu peito, como se fosse dada uma bombada muito forte dentro de um balão vazio e depois voltou à plena calmaria. Contei à minha esposa e ela perguntou-me se precisava parar o carro, disse que não e que tudo estava sobre controle. Os pulos foram repetindo e diminuindo o intervalo de tempo entre eles, até que voltou tudo ao normal, após uns 6 a 7 minutos.

Depois vim a saber que tudo, que aconteceu comigo no dia 02/02/1991, foi um terrível ataque de alguém (um espírito), que queria me enganar e derrotar, como ocorreu na luta de Jacó com um anjo (um espírito, que agia contra o Patriarca Jacó) e também no “drama do Getsêmani com Jesus”. O objetivo desse espírito era me retirar do plano físico pela desencarnação, pois eu estava atrapalhando os planos dele e ainda desejava aparecer como o meu libertador, mas ele não sabia quem eu realmente era e quem era e é o meu protetor. Eu estava trabalhando mentalmente para o fim da “Guerra do Golfo” e agia contra os objetivos dele. Ele queria a vitória do Iraque e eu mentalmente forçava a retirada das tropas iraquianas do Kuwait, por forçar mentalmente uma decisão do líder iraquiano, Saddam Hussein, em abandonar o Kuwait.

O “Velho Jó” me orienta para trabalhar para a “PAZ PLENA” em todo o Planeta Terra e em qualquer situação. Aqui está a principal razão dessa carta: PAZ PLENA para todos.

Um abraço de quem é dirigido pelos poderes de São Francisco de Assis e de São João Evangelista, como João Batista “caminhou com o espírito e poder de Elias...” (Lc 1,17).

Desejo-lhe muita paz, luz e liberdade....   Rosário Américo de Resende.


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

BÍBLIA - Artigos publicados no jornal O TEMPO

A Bíblia é o livro sagrado para judeus e cristãos. 

9 - Futuro de Seita Poligâmica - Publicado em 25/09/2002. No dia 21/09/2002 li no jornal “O Tempo” o artigo “Morte de líder ameaça futuro de seita poligâmica”. A reportagem fala da morte de Rulon T. Jeffs, 93 anos, presidente da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e da escolha do novo profeta. É de espantar como um grupo religioso utiliza-se do nome de Jesus e nega o essencial para a conquista da perfeição, pois ensina o contrário daquilo que o Mestre Jesus ensinou. Essa Igreja defende a poligamia e o politeísmo, como está escrito em “O Tempo”, então é dirigida por um falso profeta como está escrito: “Pois hão de surgir falsos Cristos e falsos profetas, que apresentarão grandes sinais e prodígios de modo a enganar, se possível, até mesmo aos eleitos. Eis que eu vo-lo predisse” (Mt 24, 24 e 25). Os verdadeiros discípulos de Jesus são os eleitos e estes são pombas e serpentes ao mesmo tempo, pois aprenderam com o Mestre Jesus: “Eis que eu vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudentes como as serpentes e sem malícia como as pombas” (Mt 10,16). A doutrina de Jesus é baseada no regime de casamento monogâmico e exige a fidelidade plena até pelo pensamento (Mt 5,27). O adultério e o divórcio são duas chagas que sempre andaram de mãos dadas, que prejudicaram e prejudicam em muito a evolução de cada indivíduo e da sociedade. O ser humano sempre procura e encontra justificativas, e, as melhores possíveis, para todos os seus atos, até para aqueles mais negativos e vis. Isso também pode ser visto na própria Bíblia Sagrada, pois até o grande legislador e profeta Moisés permitiu o divórcio (Dt 24,1). Em Êxodo 20,14 e Deuteronômio 5,18, temos o mandamento: “Não cometerás adultério”. Em Mateus 14,3 a 12; Marcos 6,17 a 29 e Lucas 3,19 a 20, vemos a prisão e também a condenação à morte pela decapitação do profeta João Batista porque ele condenou publicamente a atitude de Herodes por ter tomado por sua mulher Herodíades, que era a mulher do seu irmão Felipe. Jesus explica a posição tomada por Moisés, mostrando claramente o porquê dela e o negativismo que envolvia tal atitude: “Ele disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações...” (Mt 19,8 e 9). Em muitos outros trechos bíblicos pode-se ver ainda a condenação do adultério e do divórcio. Veja que os ensinamentos foram passados e sempre estão sendo revisados. Cada um é o principal responsável pela sua própria salvação. Deus possui amor, compreensão e sabedoria em plenitude, e quer que todos nós conquistemos também tudo aquilo que Ele tem, sendo então o que Ele realmente é (Mt 5,48). Ele, Deus, sempre enviou e envia os seus mensageiros para ensinar a humanidade, cada grupo por sua vez escolhe o caminho que mais lhe agrada e ainda defende, com unhas e dentes, que os outros ensinamentos são antiquados e atrasados, justificando primeiro para si mesmo e depois para os outros, que é necessário reformar as leis e os costumes. Veja que hoje, em quase todos os países já existem as leis civis do divórcio e em muitos da poligamia. O ser humano só vê aquilo que lhe interessa e lhe é mais útil no momento, isso é uma forma de egoísmo. Existem homens, que no campo do sexo, agem piores do que os animais, pois desejam apenas o prazer do ato sexual e não importam com o sentimento feminino. Estes homens tudo fazem para justificar as suas condições animalescas, traidoras, adúlteras e infiéis. Eles legalizam a poligamia e o divórcio, porque já são adúlteros e infiéis. Caso estes sejam líderes religiosos então são realmente falso pastores e enganadores. RAR. Belo Horizonte, 24/09/2002 

15 - ABSTINÊNCIA SEXUAL (“NÃO ADULTERARÁS”) - Publicado em 07/11/2002 Parabenizo ao jornal O TEMPO pelo fantástico artigo “Miss América faz defesa da Abstinência sexual” de 02/11/2002. Estendo também o meu elogio à jovem Erika Harold de 22 anos, que foi coroada Miss América e assumiu sua corajosa posição a favor da abstinência sexual. A maior segurança para evitar as “doenças sexualmente transmissíveis” é a abstinência sexual antes do casamento e depois a fidelidade plena do casal monogânico. Na fidelidade também está o segredo da grande felicidade, harmonia e perpetuação do casamento. Quem sempre foi fiel confia mais no outro e nunca sentirá remorso ou pesadelo dos atos adúlteros, temendo que o outro venha a saber de atos traiçoeiros. Quem é fiel não necessita de preservativos, que transforma o ato sexual num gesto quase animalesco, deixando em segundo plano o amor, compreensão, doação e fidelidade. Não podemos confundir liberdade e amor com anarquia, libertinagem e irresponsabilidade. Na Bíblia também se condena o adultério e o divórcio, duas chagas que sempre andaram de mãos dadas, que prejudicaram e prejudicam em muito a evolução de cada indivíduo e da sociedade, mas o ser humano sempre procura e encontra justificativas, e, as melhores possíveis, para todos os seus atos, até para aqueles mais negativos e vis. Isso também pode ser visto na própria Bíblia Sagrada, pois até o grande legislador e profeta Moisés permitiu o divórcio como está escrito na Bíblia (Dt 24,1). Em Mateus 5,27 e 28 temos a condenação do adultério até pelo pensamento. Em Êxodo 20,14 e Deuteronômio 5,18, temos o mandamento: “Não cometerás adultério”. Jesus explica a posição tomada por Moisés, mostrando claramente o porquê dela e o negativismo que envolvia tal atitude: “Ele disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas desde o princípio não era assim. E eu vos digo que todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério”” (Mt 19,8 e 9). Veja que os ensinamentos foram passados e sempre estão sendo revisados. Cada um é o primeiro e principal responsável pela sua própria evolução. Conhece-se a árvore pelos seus frutos e a boca fala daquilo que está cheio o coração. Deus possui amor, compreensão e sabedoria em plenitude, e quer que todos nós conquistemos também tudo aquilo que Ele tem, sendo então o que Ele realmente é. Para nos aproximarmos da Divindade ou termos condições de receber a vibração da presença da Divindade ou de Deus Pai-Mãe é necessário termos puros o coração. O Pai nos ama intensamente, por isso Ele nos dá toda a liberdade de ação e nos compreende com muito amor. O homem só vê aquilo que lhe interessa e lhe é mais útil no momento, e, isso é uma forma de egoísmo. Qualquer tipo de separação é contrário à vivência da PAZ PLENA, do AMOR PERFEITO e à conquista da plenitude da perfeição. A abstinência sexual antes do casamento e a fidelidade plena depois são as maiores seguranças contra a AIDS. RAR, ex-professor da UFMG. Belo Horizonte, 05/11/2002. 

19 - SEITAS SATÂNICAS - Publicado em 24/12/2002. Gostei muito do artigo “Seitas Satânicas” do ocultista Guilherme Caedalara publicado no dia 08/12/2002. As explicações sobre a magia foram bem esclarecedoras. Para mim Jesus foi realmente o maior mago branco que já viveu na terra. A Bíblia Sagrada é uma fonte inesgotável de ensinamentos sobre a magia e de sabedoria. A Bíblia sempre teve e tem razão, pois nela está tudo muito claro. Os erros, que parecem que estão na Bíblia, não são da Bíblia, mas daqueles que a entenderam e dizem que a entendem. Muitos espertalhões utilizaram e utilizam da Bíblia para enganar e explorar os próprios irmãos. Existem muitos falsos Cristos e falsos profetas que tentarão enganar até aos eleitos (Mt 24,24) e muitos espíritos agiram como ainda agem de uma maneira não correta e nem para o BEM, assumindo ou usurpando o lugar de DEUS. “Aqui é preciso discernimento! Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de homem: seu número é 666!” (Ap 13,18). “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Existem muitos falsos profetas que fundam novas igrejas e ainda afirmam que a nova igreja é a verdadeira e é a única Igreja de Jesus. Estes agem de uma forma contrária à própria Bíblia (Mt 24,23 a 25). A magia tem os seus segredos quase indecifráveis e quando alguém os decifra e não possui a defesa necessária torna-se um alvo fácil para a própria magia. Tudo sobre a magia é envolvente, perigoso e fantástico ao mesmo tempo. O aprendizado e conhecimento dela deve ser de uma forma lenta, segura e constante, pois assim será muito útil e melhor absorvido, e não existirá mais nenhum perigo de sofrer fulminantes ataques das Trevas ou até mesmo a intensa emoção e vibração pela presença da LUZ. A força e o poder religiosos vêm dos espíritos, pois a crença e a fé neles abrem todas as portas para que os espíritos desencarnados (os mortos) ajudem e somem perfeitamente com os espíritos encarnados (os vivos), passando a existir assim uma perfeita sintonia e sincronicidade entre eles. Aqui está o grande segredo da magia. Digo que o demônio, como um eterno agente contrário ao Bem, não existe. Existem espíritos perversos encarnados e ou desencarnados, que atuam contrariamente ao amor, à luz e ao bem. A atitude do presidente George W. Bush é favorável ao “eixo do mal” e de acordo com a vontade dos autores da magia negra. Esse presidente não age com amor, sabedoria e perdão, por isso suas ações dificultam todo o trabalho da magia branca. Ele está seguindo os passos do velho Bush na Guerra do Golfo. Cada um colhe aquilo que semeia. Rosário A. de Resende, ex-professor da UFMG. Belo Horizonte, 08/12/2002.

23 - RELIGIÃO e TELEVISÃO - Publicado em 02/02/2003. O assunto sobre religião nas TVs, que foi o “Debate do Dia” de 26/01/2003 é digno de ser exposto e analisado em todos os veículos da mídia. Parabéns ao jornal O TEMPO e a todos os participantes. Cada apresentador de programas religiosos deveria por a mão na consciência e ensinar realmente o que os mestres ensinaram, sobressaindo o Mestre Jesus. Cada pregador deveria viver para a sua religião e não viver da sua religião: “De graça recebestes, de graça daí” (Mt 10,8). Não se pode fazer da religião uma fonte de emprego e de renda. Em todo o Evangelho não se vê em nenhuma passagem que Jesus pediu dinheiro ao povo para efetuar os atos de amor, caridade, cura, libertação e até quando estava ensinando aos seus seguidores. É incompreensível e inadmissível o que se assiste pelas televisões e se vê nos cultos em quase todos os templos das diversas facções religiosas: “Após bonitas explicações e muita dedicação, que até parecem atos de amor, vem o absurdo final: um enfático pedido de dinheiro, que pode ser depositado em contas bancárias ou colocado nas sacolas de coleta”. Quase todos têm uma atitude descarada e enganosa de dizer que tudo é para Deus, outros ainda, com vileza, ensinam que Deus só ajuda a quem dá dinheiro para a causa d’Ele, mas que fica nas igrejas; isto é: com os pregadores. Todos esquecem o que Jesus ensinou: “Tirai tudo isso daqui; não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio” (Jo 2,16) e “Está escrito: Minha casa será chamada casa de oração. Vós, porém, fazeis dele um covil de ladrões!” (Mt 21,13). Rosário A. R, ex-professor da UFMG. Belo Horizonte, 29/01/2003. 

40 - BÍBLIA E SEXO - Publicado em 23/08/2003. A Bíblia mostra o caminho do nosso aperfeiçoamento, até no aspecto sexual. Siga-o quem quiser pois temos o livre arbítrio. Jesus veio dar pleno cumprimento à Lei e até que passem o céu e a terra, não será omitido um só i, uma só vírgula da Lei. Lei é Lei e Lei é cega (Mt 5,17 a 19). “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Eis o resumo dos ensinamentos bíblicos para a nossa evolução no campo sexual: “Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a (Gn 1,28). Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne. Ora, os dois estavam nus, o homem e sua mulher, e não se envergonhavam” (Gn 2,24 e 25). “Não cometerás adultério. Não cobiçarás a mulher do teu próximo (Dt, 5,18 e 21). Quem tiver coito com um animal será morto (Ex 22,18). Maldito seja aquele que se deita com um animal (Dt 27,21). Não darás o teu leito conjugal à mulher do teu compatriota, para que não te tornes impuro com ela (Lv 18,20). O homem que se deita com outro homem como se fosse uma mulher, ambos cometeram uma abominação deverão morrer, e o seu sangue cairá sobre eles” (Lv 20,13). Susana gemeu, dizendo: “Estou cercada por todos os lados: se eu fizer isso, aguarda-me a morte; e se eu não o fizer, não escaparei de vossas mãos. Mas é melhor para mim, não o tendo feito, cair em vossas mãos, do que pecar diante do Senhor” (Dn 13,22 e 23). “Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração, todo aquele que repudia sua mulher, faz com que ela adultere e aquele que se casa com a repudiada comete adultério” (Mt 5,28 e 32). Ele disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas desde o princípio não era assim. E eu vos digo que todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar uma outra, comete adultério” (Mt 19,8 e 9). Com efeito, há eunucos que nasceram assim, desde o ventre materno. E há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus” (Mt 1912). Cada um ponha a mão na sua consciência e viva tranquilamente a vida. Colhemos aquilo que plantamos. Temos que estudar e compreender o passado, viver e entender o presente e planejar a construção do futuro. A plena felicidade é fruto da fidelidade e confiança plenas. RAR. B.Hte. 21/08/2003. 

41 - BÍBLIA é BÍBLIA - Publicado em 01/09/2003. Lendo os recentes artigos sobre a Bíblia escritos nos últimos dias em O TEMPO digo que para comentar algo sobre a Bíblia é necessário conhecimento, honestidade, clareza, sabedoria e ter uma mente aberta e lúcida. A Bíblia é uma obra prima da humanidade e é um manual completo de magia, que é plena de segredos. A magia possui os seus segredos quase indecifráveis e quando alguém os decifra e não tem a defesa necessária torna-se um alvo fácil para a própria magia. Bíblia é uma palavra grega, que não foi traduzida e é o plural de “biblion” (livro) em grego e é o livro sagrado para judeus e cristãos. A Bíblia sempre tem razão e os erros, que parecem que estão nela, não são dela, mas daqueles que não a entenderam e disseram, como ainda dizem que ela é a palavra de Deus. Muitos espertalhões utilizaram e utilizam da Bíblia para enganar e explorar os próprios irmãos. Existem muitos falsos Cristos e profetas que tentaram, tentam e tentarão enganar até aos eleitos (Mt 24,24) e muitos espíritos agiram como ainda agem de uma maneira não correta e nem para o BEM, usurpando o lugar de DEUS. A Bíblia revela toda a verdade. Para entender e compreender a verdade, temos que estudar, pesquisar e perscrutar as Escrituras. Também é necessário nos silenciar para que possamos ouvir e sentir a espiritualidade, neste ato de silêncio podemos até ouvir a Deus. Ninguém é dono de Deus. A verdade é como uma espada fulminante e flamejante, que assusta e amedronta a qualquer falso profeta ou lobo vestido com peles de ovelhas, e até faz com que os verdadeiros, sábios e humildes discípulos de Jesus se calam, refugiando-se na inexpugnável fortaleza do silêncio. A verdade absoluta é Deus. É Deus mesmo que escolhe e aprova os seus profetas ou representantes e não o ritualismo criado e desenvolvido pelos homens, processo esse que cassa a nossa liberdade de pensar e de amar, anuviando a perfeição divina. Hoje gosto de falar assim: “Apaga tudo o que aprendeste sobre a Bíblia Sagrada, mas não a jogue fora, guarde-a muito bem mesmo, pois ela é uma fonte inesgotável de ensinamentos e sabedoria”. RAR. BH, 29/08/2003. 

42 - A Bíblia e a Verdade - Publicado em 09/09/2003. A meta de cada ser criado é a felicidade e para ser feliz é necessário ter vida em abundância (Jo 10,10). Os pilares da felicidade são a fidelidade, confiança, liberdade, sabedoria e a verdade: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Quem perscruta as Escrituras e tem a mente aberta entenderá que não nos ensinaram a verdade sobre a própria Bíblia. Pode-se ver grandes contrastes nos ensinamentos bíblicos e por causa destes qualquer espertalhão ou lobo vestido com peles de ovelha passa a utilizar dos escritos bíblicos para enganar, dominar e explorar aos próprios irmãos. Ensinaram-nos que a Bíblia é a palavra de Deus e isso não pode ser verdadeiro, pois Deus é sábio e perfeito em tudo, então nunca poderia agir ou criar algo errado e ou contraditório: “Não matarás” (Ex 20,13) e “Vai, pois, agora, e investe contra Amalec, condena-o ao anátema com tudo o que lhe pertence não tenha piedade dele, mata homens e mulheres, crianças e recém-nascidos, bois e ovelhas, camelos e jumentos” (1Sm 15,3). O perdão irrestrito: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes” (Mt 18,22) e “da ira do Cordeiro, pois chegou o Grande Dia da sua ira, e quem poderá ficar de pé?” (Ap 6,16 e 17), como também: “Ele é quem pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, o Todo-poderoso” (Ap 19,15). “De graça recebestes, de graça daí” e “pois o operário é digno de seu sustento” (Mt 10,8 e 10). Deus é Deus e ele não dança conforme a música, então a Bíblia não é a sua palavra, mas, em muitos casos, são as palavras daqueles que agiram de acordo com interesses próprios e egoístas. Encontramos na Bíblia o caminho da busca e compreensão da verdade, mas é necessário o esforço e interesse pessoal: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto” (Mt 7,7). Devemos orar em segredo: “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se em pé nas sinagogas e nas esquinas. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo. Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos” (Mt 6,5 a 7). Os pastores de hoje, que ficam orando pelos alto-falantes e televisões, deveriam rever suas atitudes e por em prática os ensinamentos do Mestre Jesus. Os “donos” dos Templos e Igrejas transformaram-se em exigentes e opressivos cobradores do dízimo e caçadores vorazes das ofertas. Esses deveriam ler e entender o óbolo da viúva (Mt 12,41 a 44), deixando de ser aves de rapinas e lobos esfomeados na exploração dos irmãos. Tais pregadores só estão atrás das coisas de César (Mt 22,15 a 22) e continuam explorando e enganando às humildes, obedientes e incautas ovelhas. RAR. Belo Horizonte, 08/09/2003. 

43 - A Bíblia e a Paz - Publicado em 01/10/2003. Deus, realmente dirige tudo, mas Ele respeita plenamente a liberdade de todos. Deus só se revela à humanidade, quando aparece alguém preparado e capacitado para receber as próprias revelações dEle, já que respeita, até nos mínimos detalhes, o livre-arbítrio de todos: então temos que nos entregar, abrindo as portas do nosso ser e querer participar, recebendo as suas revelações. Perscrutando as páginas da Bíblia encontramos profecias sobre o estabelecimento da paz entre os homens: “Ele julgará as nações, ele corrigirá a muitos povos. Estes quebrarão as suas espadas, transformando-as em relhas, e as suas lanças, a fim de fazerem podadeiras. Uma nação não levantará a espada contra a outra, e nem se aprenderá mais a fazer guerra. Para que se multiplique o poder, assegurando o estabelecimento de uma paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, firmando-o, consolidando-o sobre o direito e sobre a justiça” (Is 2,4 e 9,6). “A justiça será o cinto dos seus lombos e a fidelidade, o cinto dos seus rins. Então o lobo morará com o cordeiro e o leopardo se deitará com o cabrito. O bezerro, o leãozinho e o gordo novilho andarão juntos e um menino pequeno os guiará. A vaca e o urso pastarão juntos, juntas se deitarão as suas crias. O leão se alimentará de forragem como o boi. A criança de peito poderá brincar junto à cova da áspide, a criança pequena porá a mão na cova da víbora. Ninguém fará o mal nem destruição nenhuma em todo o meu santo monte, porque a terra ficará cheia do conhecimento de Iahweh, como as águas enchem o mar” (Is 11,5 a 9). “Está decidido: tu manterás a paz, sim, a paz, porque a ti foi ela confiada. O fruto da justiça será a paz, e a obra da justiça consistirá na tranquilidade e na segurança para sempre. O meu povo habitará em moradas de paz, em mansões seguras e em lugares tranquilos” (Is 26,3 e 32,15 a 18). “Também te estabeleci como luz das nações, a fim de que a minha salvação chegue até as extremidades da terra. Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, do que proclama boas novas e anuncia a salvação, do que diz a Sião: “O teu Deus reina”. Farei brotar o louvor dos seus lábios: “Paz! Paz ao que está longe e ao que está perto, diz Iahweh, eu o curarei”” (Is 49,6; 52,7 e 57,19). “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Venha o teu Reino” (Mt 5,4,8 e 9; 6,10). “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos que ele ama” (Lc 2,14). “Um fruto de justiça é semeado pacificamente para aqueles que promovem a paz” (Tg 3,18). Nós temos que interpretar e analisar tudo o que acontece no presente, em seus mínimos detalhes, com análises e comparações com tudo o que sabemos e já aconteceu no passado, para que possamos projetar da melhor maneira possível o futuro. Nós construímos o nosso futuro e formamos o nosso ser, já que somos aquilo que pensamos. Aquele que promove a paz encontrará em paz. RAR. B.Hte, 29/09/2003. 

44 - A Bíblia e o Divórcio - Publicado em 12/10/2003. Na liturgia da Missa de 05/10/2003 pôde-se ver ensinamentos e orientações contrários ao divórcio. Tanto na 1ª Leitura como no Evangelho ficou claro que biblicamente o caminho da perfeição é o do: “Até que a morte os separe”. Exemplos: “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24) e “Jesus, então, lhes disse: “Por causa da dureza dos vossos corações ele escreveu para vós esse mandamento. Mas desde o princípio da criação ele os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe, e os dois serão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe”. E ele disse: “Todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério contra a primeira e se essa repudiar o seu marido e desposar outro, comete adultério”” (Mc 10,5 a 7,9,11 e 12). Como todo casamento se completa com a relação sexual, então quando existe um ato sexual entre um homem e uma mulher houve também um casamento rápido. Em todo relacionamento íntimo existe uma grande troca de energias entre os parceiros, também gera-se uma imensa energia, que envolve profundamente o casal e que o acompanha para sempre. Todos somos livres, mas temos que ser responsáveis por todos os nossos atos. Nunca podemos confundir libertinagem, anarquia e irresponsabilidade com amor e evolução. Todos querem a felicidade e para isso necessitam da confiança e fidelidade plenas. RAR. Belo Horizonte, 06/10/2003. 

53 - Pecado contra o Espírito Santo - Publicado em 01/02/2004. Agradeço ao colunista José Reis Chaves pelo artigo: “Melquisedeque e agêneres”, publicado em 12/01/2004, pois proporcionou-me uma oportunidade para comentar um pouco sobre o pecado contra o Espírito Santo. Minha opinião sobre esse pecado é um pouco diferente da do colunista Reis Chaves. Aprendi que não existe pecado como um a ofensa a Deus, pois Deus tem a perfeição em plenitude em todos os aspectos e nunca foi ofendido, então nada tem para perdoar. Sendo assim não é possível existir um pecado eterno como escreveu o colunista e também está escrito nos três evangelhos sinóticos. Essa doutrina é contraditória a doutrina do perdão, pois temos que perdoar até setenta e sete vezes, isto é: sempre. Essa doutrina não é perfeita e nem divina. O que é a voz da nossa própria consciência? Como médium digo que as vozes da nossa consciência são dos espíritos que comunicam conosco, então temos que analisar e entender bem o que este ou aquele espírito está nos falando, também ver se são de Deus ou não, pois sempre existiram e existem falsos profetas (1João 4,1). Quanto mais evoluído for um espírito, mais ele respeita a nossa liberdade, então nunca podemos seguir cegamente essas vozes sem primeiro saber quem é o espírito comunicante e qual é o objetivo dele. O patriarca Abraão, obedecendo a uma voz, quase sacrificou o próprio filho Isaac (Gn 22). O profeta Moisés, dirigido cegamente por uma voz, fez magia negra contra o povo egípcio, culminando com a 10ª praga, que foi a morte de todos os primogênitos egípcios (Ex 7 a 12). O profeta Samuel, guiado por uma voz, deu ordens para punir Amalec e ao povo dele, matando homens, mulheres, crianças e recém-nascidos, como também bois, ovelhas, camelos e jumentos (1Sm 15,1 a 3). Elias, seguindo a orientação duma voz, degolou os 450 sacerdotes de Baal, após vencê-los e humilhá-los publicamente (1Rs 18,20 a 40). A obediência cega às vozes complicou muito a evolução destes 4 personagens bíblicos. No meu ponto de vista o pecado contra o Espírito Santo é um pecado de um espírito desencarnado, que, sendo inferior ao espírito encarnado, tenta fazer com que este o obedeça ou mesmo que o considere como o próprio Deus. Caso o encarnado ou o médium siga a orientação de um falso deus pode entrar numa fria e da qual só sairá séculos ou milênios depois, pois pode ter realizado um trabalho para as trevas. Finalizando cito a Bíblia: “Falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos” (Jo 3,11). RAR. Belo Horizonte, 26/01/2004. 

58 - Transfiguração - Publicado em 25/03/2004. O Evangelho da Missa do dia 07/03/2004 fala da Transfiguração de Jesus. Mateus, Marcos e Lucas citam que Jesus levou Pedro, Tiago e João, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava teve alteração em seu rosto e suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura. E eis que dois homens (espíritos) conversavam com ele: eram Moisés e Elias (Lucas 9,28 a 30). Esse acontecimento relatado no Evangelho nos mostra claramente uma reunião de materialização com a presença de quatro médiuns de efeitos físicos e de muitas outras qualidades mediúnicas, como também a materialização de dois espíritos. O Mestre Jesus escolheu só três dos apóstolos e não todos. Pergunto-me por que muitos teólogos católicos e das várias denominações da reforma negam ou condenam hoje reuniões semelhantes realizadas pelo espiritismo? Será se eles julgam que tais acontecimentos, idênticos aos da Bíblia, hoje estão errados? Os agentes do bem não podem mais agir como agiam nos tempos bíblicos? Hoje se vê muita exploração da fé e uma ganância de falsos pastores sobre as doações e os dízimos, dizendo ainda que oram pelos fiéis, expulsam os demônios e o dízimo é para Deus. Esses pregadores procuram envolver os fiéis com ensinamentos não verdadeiros e dominá-los pelo medo dos demônios, que na maioria das vezes são os espíritos de parentes libertos dos corpos físicos pela desencarnação e que ainda estão em completa ignorância da nova situação. A vida continua e continuamos sendo e agindo como em vida do corpo físico. Então cuidado com os falsos profetas e os falsos Cristos, Jesus já nos alertou disso também. É necessário que se conheça a verdade para que nos tornemos livres (João 8,32). RAR. B.Hte. 08/03/2004. 

59 - A Bíblia e a Magia - Publicado em 06/04/2004. Magia é a arte ou ciência oculta com que se pretende produzir, por meio de certos atos, palavras e por interferência de espíritos, efeitos e fenômenos extraordinários, contrários às leis naturais. Quando os conhecimentos sobre a magia são utilizados para o BEM temos a magia branca e caso contrário temos a magia negra. Em toda a Bíblia Sagrada vemos a prática da magia. Abraão saiu de Hur por orientação de um espírito e por toda a sua vida ele foi dirigido por espíritos. Sodoma e Gomorra foram destruídas por enxofre e fogo, sendo que a família de Ló foi protegida e salva pela intervenção de 2 anjos (Gn 19). O patriarca Jacó lutou com um espírito até o surgimento da aurora sem vencê-lo e ser vencido pelo mesmo (Gn 32, 23 a 30). Todos os acontecimentos da vida de José do Egito estiveram envolvidos com sonhos até a indicação do mesmo para ocupar o 2º posto no Egito. Teve dois sonhos premonitórios enquanto jovem, interpretou e acertou com relação aos 2 sonhos dos 2 empregados do Faraó e finalmente fez a interpretação dos 2 sonhos do Faraó. Toda a vida de Moisés foi envolvida com fatos não normais. O nascimento e a missão de Moisés colocaram-no numa condição privilegiada. As pragas contra o Egito, sobressaindo a 10ª praga, que foi a morte de todos os primogênitos do Egito, exceto os dos israelitas, foi uma prova clara da utilização de magia negra contra o povo egípcio. Em Números, 16, vemos outra prova do uso da magia por intermédio de Moisés para eliminar seus inimigos internos: Coré, Datã e Abiram, quando a terra abriu sob seus pés e os engoliu com todos os familiares. Na tomada de Jericó os israelitas foram orientados por Iahweh para darem um volta em torno das muralhas por 6 dias seguidos, tocando trombetas e no 7º dia deveriam dar 7 voltas, só na última volta tocariam as trombetas e o povo gritaria. Assim fizeram e as muralhas ruíram (Js 6). O profeta Elias também adquiriu muito poder, com todo o conhecimento adquirido sobre a magia, ele enfrentou e venceu os 450 sacerdotes de Baal (1Rs 18) e por duas vezes ele invocou fogo do céu, que devorou 2 destacamentos com 51 homens (2Rs1). No livro de Tobias pode-se ver um trabalho de libertação da perseguição de um espírito, que já tinha matado 7 noivos da jovem Sara. Esse fato aconteceu quando Tobias colocou o fígado e o coração de um peixe sobre as brasas de um perfumador. O cheiro do peixe expulsou o espírito, que após fugir para o Egito, foi aprisionado pelo anjo Rafael. Em Tobias foi empregada a magia branca. É pena que esse livro não foi aceito pela reforma protestante. Outras intervenções espirituais no nosso plano podem ser vistas nas libertações dos apóstolos da prisão pública em Atos 5,17 a 21 e de Pedro, da cadeia de Herodes, em atos 12, pois em ambos os casos temos intervenções de anjos. Todas religiões possuem seus fundamentos na magia, só que os seguidores não compreenderam os Mestres e criaram os rituais, que bitolam toda a liberdade de ação. RAR. Belo Horizonte, 15/09/2003. 

63 - A Bíblia e o Dízimo - Publicado em 16/05/2004. O dízimo é uma referência à décima parte. O dízimo é bíblico e isso ninguém pode negar, pois está escrito: “Todos os dízimos da terra, tanto dos produtos da terra como dos frutos das árvores, pertencem a Iahweh; é coisa consagrada a Iahweh” (Lv 27,30) e “Voltai a mim e eu voltarei a vós! Disse Iahweh dos Exércitos. Trazei o dízimo integral para o Tesouro, a fim de que haja alimento em minha casa. Provai-me com isto, disse Iahweh dos Exércitos, para ver se eu não abrirei as janelas do céu e não derramarei sobre vós bênção em abundância” (Ml 3,7 e 10). Além destas duas referências bíblicas existem muitas outras, nas quais também fica muito claro o dever e a obrigação da contribuição do dízimo. Tudo o que é um dever ou uma obrigação não é divino, pois deixa de existir a liberdade e Deus respeita plenamente o livre-arbítrio de todos. Além do dízimo, que é obrigatório na opinião dos líderes religiosos, existe por parte dos mesmos uma indução aos fiéis para a doação de ofertas. Todos os caçadores de dízimos e ofertas devem saber muito bem que a revolta do monge alemão, Martinho Lutero, contra a hierarquia do catolicismo em Roma, foi por causa da enganosa exploração financeira dos príncipes da Igreja século XVI para manter suas mordomias e construções de templo suntuosos. Então foi por causa da ganância dos líderes. É bom também que se diga que quem escreveu os trechos bíblicos sobre os dízimos e ofertas foram os que se beneficiavam dos mesmos. Tudo continua na mesmice, pois quem defende a obrigação da contribuição do dízimo (10%) e da doação de ofertas são os que vivem deles e ainda dizem que tudo é para Deus. Existem hoje construções caríssimas de templos suntuosos, nas quais se gastam milhões de reais sem matar a fome de ninguém, mas servem para imporem uma poderosa e até temerosa presença da Divindade. O que se vê são pactos com falsos deuses, os quais são apresentados como se fossem o verdadeiro Deus. A vileza de alguns pregadores tornou-se tão enganadora e envolvente, quando dizem que eles recebem fisicamente os dízimos e as ofertas no Altar físico, mas do outro lado Jesus, em pessoa, toma nota de tudo no Livro da Vida; e, quando chegar a hora do julgamento não adianta reclamar, pois Jesus só poderá registrar o seu nome no Livro se você cumpriu fielmente as suas obrigações para com Deus e sua Igreja. Também dizem que só querem colaboradores para o programa se eles se sentirem chamados por Deus. Caso não sejam tocados por Deus, eles também não os querem como patrocinadores, pois não foram escolhidos por Deus e eles só querem os eleitos de Deus. Nunca se pode usar o nome de Deus em vão. Existem muitos fundadores de religiões que são lobos rapaces, que estão construindo fossos e abismos, dos quais terão muito dificuldade para sair. Cuidado com as pessoas que utilizam das religiões para se enriquecerem e terem mordomias! RAR. Belo Horizonte, 13/05/2004. 

64 - Ressurreição de Todos - Publicado em 16/05/2004. Muito obrigado ao colunista Reis Chaves e ao teólogo Pe. José Cândido da Silva pelos artigos “Ressurreição de todos” publicados nos dias 26 e 28/04/2004, pois me permitiram comentar um pouco sobre o esclarecimento e a divulgação da Verdade. Não vou perder tempo para discutir sobre palavras gregas, pois não sou grego e nem troiano, mas quero ajudar a todos a viverem e conviverem bem como seres humanos e em plena paz. Está escrito: “..e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Para sermos livres temos que nos libertar dos dogmas, que bitolam a nossa liberdade até de pensar. Irmão Jethro, a verdadeira religião é aquela que explica tudo e não fica aprisionada em dogmas irracionais (vide artigo de 24/04/2004). Hoje defino dogmas como a forma que arranjaram aqueles que mandavam e sabiam menos imporem suas vontades com total apoio dos bajuladores dos detentores do poder. Jesus confiou plenamente em Deus e por isso teve a grande vitória na ressurreição e ascensão, abrindo caminho para todos nós e podendo depois agir como fez no Pentecostes e na conversão de Saulo. Nestes dois acontecimentos os discípulos foram batizados no fogo e pelo Espírito Santo. Aqui está o grande segredo da vitória de Jesus e só entenderá isso quem foi ou for batizado no fogo e no Espírito. Gostaria de perguntar ao Padre José Cândido por que não me respondeu nem uma palavra sobre uma apostila com 14 cartas e 2 trabalhos, que entreguei a ele e ao Cardeal Dom Serafim em setembro de 1998? Por que será que não recebi nenhuma resposta dos 8 cardeais brasileiros sobre uma apostila com 44 cartas escritas para teólogos, que enviei para eles em abril de 2001? Aprendi no catecismo que não podemos ser omissos. Será que os membros da Hierarquia da Igreja temem um diálogo sincero, honesto e franco sobre a Verdade? Numa confissão individual, em 1987, após ter revelado para o padre que aceitei a reencarnação em janeiro de 1980 e comentado sobre tudo o que estava fazendo, ele me deu este conselho: “Continue em suas buscas e pesquisas para você ter idéias claras, pois o Igreja não sabe o que ensina para a gente!”. Num diálogo com um Bispo em 1988, após relatar algumas experiências vividas por mim, ele me respondeu assim: “Não entendo disto, não quero entender e não tenho mais tempo de conversar com você!”. A base da minha disposição e ânimo em escrever para padres, bispos, cardeais e até para o Papa é porque vivi e vivo experiências místicas semelhantes às dos profetas bíblicos, mas isso os teólogos não querem nem ouvir e a psiquiatria me considerou como esquizofrênico. Foi difícil me livrar da pexa de doente mental, mas já venci esta etapa da minha vida. RAR. Belo Horizonte, 29/04/2004 

66 - O Dízimo gera poder - Publicado em 12/06/2004. Lendo todos os artigos do “Debate do Dia” de 16/05/2004 sobre o dízimo, digo que o dízimo é uma contribuição para a manutenção das necessidades básicas do Culto e do Templo, como velas, vinho, pão, paramentos, água, luz, telefone e limpeza, mas nunca uma contribuição dirigida a Deus. Quem defende o dízimo como uma obrigação ou compromisso teológico para com Deus está é justificando a sua manutenção vital. No futuro não haverá nenhuma interferência de $$$ nos cultos, pois isso faz com que o ministro do culto fica atrás dos valores que estão entrando para a Igreja e esquecem do verdadeiro sentido do ato religioso. Eu fui para um seminário católico com 11 anos. Com esta idade ainda é impossível ter consciência das dificuldades e dos dramas da vida. A gente, ainda com muita inocência, é envolvida com o desejo de seguir a vocação sacerdotal. Sai do convento com 21 anos e hoje sei que vivi num sistema de “comunismo puro”, pois tudo era comum. Discordo das atitudes tomadas por pessoas adultas, que possuíam bons empregos e foram ser pastores, dizendo ainda: “Agora mudei de profissão, eu sou pastor”. Religião nenhuma salva ninguém e o que nos salva são os nossos atos de amor, servir, vestir, visitar, alimentar e dar de beber. Nunca podemos nos transformar em profissionais religiosos. Um amigo me confidenciou que foi convidado pelos donos de uma igreja para ser pastor com um salário de R$30.000,00 garantidos. Isso é o fim. Ninguém pode receber para rezar para o outro, para celebrar uma Missa ou fazer um casamento religioso. É Deus mesmo que escolhe os seus representantes e não as estruturas humanas, que na maioria das vezes, só aceitam aqueles que concordam com as regras do grupo. Caso Jesus voltasse a viver entre nós hoje e voltasse a nos ensinar tudo o que já disse há dois mil anos, acrescentado que seria mais agradável a Deus se as pessoas mais pobres comprassem alimentos e remédios para os filhos ao invés de pagarem o dízimo e fazerem doações para qualquer igreja, ele seria o inimigo número um de muitos pregadores. Estes iriam taxá-lo de Anticristo ou de representante da Besta Fera, pois estão vivendo da boa fé é alheia, dos dízimos e ofertas, e iriam perder a galinha dos ovos de ouro, já que os fiéis seriam esclarecidos e se livrariam dos falsos pastores, que só estão atrás das coisas de César. Veja e analise os impérios financeiros construídos em nome de Deus. O dinheiro gera ganância e dá poder. O poder, quase sempre, destrói o verdadeiro amor e corrompe o ser humano (vide o artigo “Poder religioso” do A. P. Antunes de 18/05/2004). Rosário Américo de Resende. B.Hte. 19/05/2004. 

70 - Pecado original - Publicado em 26/07/2004 Parabenizo ao colunista José Reis Chaves pelo artigo “Pecado original”, publicado em 06/07/2004. Concordo com o que escreveu o colunista: “o dogma do pecado original é um erro grave do cristianismo”. Aprendi nos meus 9 anos de seminário que “pecado” é uma ofensa a Deus. Hoje defendo a tese que não existe pecado, pois Deus, que é perfeito em todos os aspectos, nunca foi ofendido, então não pode existir pecados e Deus nada tem para perdoar. Então digo: “Que Deus não perdoa”. Quem perdoa está conquistando a perfeição, mas ainda não é perfeito, pois sentiu-se ofendido. Se a justiça humana, que ainda é muito imperfeita, não condena um filho por causa de um crime de seu pai, como aceitar que Deus, o perfeito, o onisciente, o maior exemplo de amor, compreensão e sabedoria poderia cobrar da humanidade a culpa de Adão e Eva? Aprendi pelos teólogos e catequistas que só ficaríamos limpos da nódoa do pecado original pelo batismo. Hoje fico em dúvida se realmente os teólogos ensinam essa doutrina por ignorância ou como meio de trazer o povo sob o domínio e medo de um poder tirânico e cruel. Passei a compreender tudo, mas não conforme o que aprendi e como muitos padres e pastores ainda ensinam. A quem utiliza da Bíblia para defender o “pecado original”, seja como dogma ou não, digo: “Também utilizo da Bíblia para negá-lo, como: “Não farás morrer um pai pelo filho, nem um filho pelo pai, mas cada um morrerá pelo seu próprio pecado””( Dt 24,16). Resumindo falo: “A teoria do pecado original é pura mitologia”. Agora, após ter aceito e compreendido a reencarnação ou a verdade das vidas sucessivas, entendi também que cada ser humano tem que quitar todas as suas faltas cometidas em vidas passadas. Só, após esse pagamento, poderá ir para planos mais evoluídos: “Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” (Mt 5,26). O apóstolo Paulo foi o grande defensor da culpa de Adão, que levou a humanidade à condenação e também da regeneração de todos pela vitória de Jesus com o sacrifício da cruz. Tudo isso causou um grande sofisma para a missão salvífica de Jesus, pois essa está baseada nos ensinamentos de Jesus e não no sangue derramado na cruz. O que nos salva são os nossos atos de caridade, amor, perdão e vivência com plena fidelidade em tudo e para com todos. Rosário A. de Resende, ex-professor da UFMG. B. Hte. 12/07/2004. 

74 - Pecado - Publicado em 19/08/2004. Lendo o artigo “Pecado” do irmão e escritor Jethro M. da Cunha de 09/08/2004 concordei apenas com o último parágrafo. Realmente o crime não compensa e ninguém pode julgar que está acima das leis e da justiça. Ninguém é rei apenas porque possui imensas fortunas, pois existem pessoas que não se deixam comprar por nenhum tipo de propina. Hoje vivemos uma nova realidade e ninguém ficará livre das malhas da justiça e toda lei deve ser obedecida, senão a lei cobra com rigor cego qualquer desobediência. Aprendi que pecado é ofensa a Deus, mas o perfeito não se ofende e como Deus tem a perfeição plena em todos os seus atributos, então não existe ofensa a Deus. Já que Deus não se ofende então não existe pecado. A base do cristianismo e de qualquer religião não é o pecado, que não existe, mas o amor e todos os ensinamentos que conduz ao aperfeiçoamento cada ser criado e à Verdade, que realmente nos liberta de tudo. Deus em sua infinita sabedoria e bondade respeita plenamente a liberdade de todos e, como qualquer lei tira algum tipo de liberdade, então podemos também afirmar que Deus não criou nenhuma lei. Deus também não julga e nem condena. As leis foram e são criadas por nós, espíritos criados e ainda imperfeitos, tanto encarnados como desencarnados. Cada grupo cria suas leis, julga e condena conforme as suas leis. Jethro, deixa o corajoso e sábio Nietszche em paz, ele cumpriu uma difícil etapa no processo evolutivo da humanidade. Vamos entender o presente e trabalhar para a implantação do Reino de Deus entre nós, que é a construção do Céu já aqui na terra. Jesus ensinou que veio trazer a vida e vida em abundância para todos. Muitos padres e pastores estão na porta do Céu, mas não entram e nem deixam ninguém entrar. Eles não entram porque não sabem que estão na porta do Céu e julgam que só pode entrar no Céu quem paga em dia o dízimo e doa grandes ofertas. Eles querem só as coisas de César e esquecem das coisas de Deus. Rosário Américo de Resende, ex-professor da UFMG. Belo Horizonte, 17/08/2004. 

91 - E Deus? (Mistérios) - Publicado em 18/01/2005. Quero agradecer ao teólogo Leonardo Boff pelo artigo: “E Deus nisso tudo?” de 07/01.2005, pois deu-me oportunidade de comentar um pouco sobre o assunto. Admirei muito que o teólogo Boff inicia o artigo fazendo perguntas sobre a bondade e onipotência de Deus, depois comenta sobre as atitudes de revolta, resignação e de esperança contra todo absurdo e termina com a frase: “No entanto, o mistério continua mistério e como dói!”. Deus é o primeiro criador e o processo criador não terá fim, mas Ele não criou nenhum tipo de dor. Deus é incriado. Nós fomos criados simples e ignorantes por causa do imenso amor de Deus. Cada um de nós somos os responsáveis por nossa evolução, perfeição e salvação. Na caminhada evolutiva cometemos erros e ofendemos aos nossos irmãos, por causa de nossos pecados sofremos, temos que pedir perdão e quem peca é o criador de quase todas as suas dores. Existem dores que são causadas por torturadores e existem espíritos que também torturam. Deus é o libertador de todo tipo de dor, mas para nos livrarmos de nossos dores temos que pagar todas as nossas dívidas e perdoar de uma forma absoluta a todos, que nos ofenderam. Quando todos entendermos que todas as dívidas terão que ser pagas e que todas as injustiças serão punidas, então não teremos mais atitudes tirânicas como as dos últimos presidentes norte-americanos e as de muitos tiranos, que escravizaram e ainda escravizam os povos. A aceitação e compreensão do processo evolutivo nos levam, com lógica, à reencarnação, esta, por sua vez, explica todos os mistérios com muita racionalidade e até simplicidade. Para mim, só existem mistérios por causa do orgulho dos pseudos sábios, pois, por não entenderem este ou aquele enigma, dizem que é mistério e qualquer um aceita que para mistérios não existem explicações. Os pseudos sábios não têm a humildade de falar que não sabem e por isso dizem que é mistério. Só podemos falar daquilo que sabemos e quando encontramos a verdade ficamos livres (João 3,11 e 8,32). RAR. Belo Horizonte, 10/01/2005. 

95 - Leilão de graças - Publicado em 22/02/2005. Parabéns ao colunista José Reis Chaves pelo artigo: “Leilão de graças!” de 07/02/2005. Realmente o apóstolo São Paulo foi e é o grande responsável pela crença na salvação pela graça: “Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se encha de orgulho” (Ef 2,8 e 9), mas o próprio São Paulo ensina que a caridade é que vale, coloca-a acima da fé e da esperança (1Cor 13) e caridade é obra! Nos Evangelhos vemos que entram para o Reino dos Céus aqueles que visitaram, vestiram, alimentaram ajudaram e deram de beber aos outros (Mt 25,31 a 46). Isso tudo é obra! Agora existem religiões que ensinam que basta aceitar Jesus como o único salvador e que já está salvo pele fé e pela graça. Aqueles que adquiriram muitas culpas, pesadas dívidas, cometeram muitas infidelidades e muitos crimes (pecados) se sentirão psicologicamente bem dentro da doutrina da salvação pela fé e pela graça, pois não terão que pagar nada, e irão agradar muito aos pastores se derem muitas ofertas e forem fiéis no pagamento dos dízimos para a manutenção das mordomias dos profissionais religiosos, que exploram a fé alheia... Os defensores desta doutrina esquecem dos ensinamentos de Mateus 5,26; 18,34 e Lucas 12,59 onde está claro que toda a dívida terá que ser paga. Nestes trechos temos também a eliminação ou condenação da doutrina das penas eternas, pois quando tudo estiver pago conquista-se a liberdade. RAR. Belo Horizonte, 09/02/2005. 

96 - Tentações de Jesus - Publicado em 03/03/2005 Agradeço ao Pe. Marcelo Rossi pelo artigo: “Tentações de Jesus”, de 19/02/2005, pois deu-me uma oportunidade de comentar um pouco sobre ao assunto. Nos meus 9 anos de seminário fui aprendendo tudo sobre religião dentro da visão da teologia católica. Tinha vontade de fazer muitas perguntas aos meus professores, mas também tinha um grande receio ou mesmo medo de ser expulso do seminário. Os padres que trabalham na formação de futuros padres não gostam dos candidatos perscrutadores das Escrituras Sagradas, eles gostam dos que entram em silêncio para as aulas e assim ficam até saírem mudos. Sempre tentei buscar esclarecimentos para compreender a verdade. Nunca aceitei os ensinamentos teológicos sobre as “Tentações de Jesus” e nem sobre o complexo processo da morte de Jesus na cruz, que iniciou-se no drama do Getsêmani. Escrevi uma carta para um teólogo sobre as “Tentações de Jesus”, quando fiz um paralelo das mesmas com todas as orientações espirituais recebidas pelo grande profeta e legislador hebreu, o Moisés. Em resumo disse para o teólogo que o “tentador de Jesus foi o mesmo espírito que Moisés considerou como Deus”. Ele só me respondeu, num cartão, dizendo que eu tinha um grande conhecimento e manuseio da Bíblia e continuou a referir-se sobre o assunto da minha carta anterior, quando defendi a tese: “Deus não perdoa nunca”. Escrevi ainda mais duas cartas para o tal teólogo, que ficaram sem respostas, então paramos com as nossas correspondências. A verdade vai ser divulgada, apesar das visões bitoladas e cegas daqueles que dizem que é milagre e ou mistério divino porque ainda não sabem explicar os enigmas da vida, pois aos eleitos ninguém pode enganar (Mt 24,24). Não podemos transformar a religião em shows completamente nulos de esclarecimento sobre a verdade, mas que só envolvem emocionalmente os crentes em comportamentos e atitudes quase irracionais. Rosário A. R., ex-professor da UFMG. Belo Horizonte, 21/02/2005.