domingo, 27 de junho de 2010

Cartas entre Rosário, Quevedo e Chaves.

Paz plena...
Eu tomei a iniciativa de enviar umexmeplar do livro do José Reis Chaves para o Padre Oscar Gonzalez Quevedo, pois a partir de Janeiro de 1980 me transformei num perscrutador da Verdade.
Agora para ajudar a quem deseja compreender melhor a verdade, que liberta (João 8,32), vou publicar estas cartas aqui e que cada tire as suas conclusões:

Primeira carta, enviada junto com o livro do Chaves:
Belo Horizonte, 03 de Novembro de 1997.
Caro amigo e companheiro em Cristo, Padre Oscar Gonzalez Quevedo.
Que a luz e a sabedoria infinita do Divino “Espírito Santo” nos ajudem a nos compreender, podendo assim auxiliar a todos aqueles que buscam o autoconhecimento ou a Verdade, que realmente liberta.
Já li os seus livros: “A Face Oculta da Mente” e os dois volumes de “As Forças Físicas da Mente”. Essas suas obras são fantásticas mesmo sobre mente consciente, mas deixam um grande vazio sobre o que é o “inconsciente”.
Desde 1980 sou um autodidata sobre a mente consciente e inconsciente. O “inconsciente” pode ser individual ou coletivo. Muitas ações e reações do inconsciente podem ter suas causas nos arquivos profundos da mente individual, mostrando as profundezas da mente de um espírito em sua busca eterna da perfeição ou mesmo no infinito cósmico, com o qual podemos estar em sintonia ou do qual recebemos intuições e ou orientações.
Tornei-me reencarnacionista no dia 05/01/1980 e pela reencarnação passei a me autoconhecer e a compreender muito mais a cada ser humano, independente de sua crença religiosa ou não.
Estou enviando-lhe esse livro: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência - Uma Visão Global da Teoria da Reencarnação” como presente do próprio autor, por tratar-se de uma obra racional e ótima mesmo sobre o tema. Esse livro foi adotado pela PUC-RS para estudos.
O amigo, irmão e companheiro... Rosário Américo de Resende.

Segunda carta: a resposta do Pe. Quevedo:
São Paulo, 14 de Novembro de 1997. CARTA ABERTA A UM AUTOR FALSÁRIO
Recebi como presente - na realidade lamentável propaganda - um livro detestável ao máximo, porque evidentemente é uma sarta contínua das mais abjetas calúnias e deturpações.
I. - ORELHA E CONTRACAPA
Somente umas poucas verdades e “meias verdades”, colocadas na contracapa e na orelha:
1) O autor “é formado em Comunicação e Expressão pela PUC-MG”. Suponho que seja verdade.
2) “Estudou para padre”. Meia verdade....
--- Não é possível duvidar da má intenção com que isto é publicado na capa. Para enganar aos leitores de boa fé e despreparados. Assim estes pensarão que a IGREJA e a universidade CATÓLICA aceitam o conteúdo desse livro horroroso.
--- Sem dúvidas muito pouco estudou da Filosofia e Teologia relacionadas com o tema de que escreve..., ou nada aprendeu no Seminário, que abandonou.
3) E ainda se acrescenta na propaganda tendenciosa, que “este livro foi adotado pelo PUC-RS para estudo”.
--- Em denigrante tergiversação, pretende-se fazer acreditar que a universidade CATÓLICA gaúcha aceita as falsidades e soezes calúnias ininterruptamente apresentadas no livro. Mesmo que a universidade gaúcha tivesse adquirido esse horrível libelo para estudo, não significaria que o aprove! Para criticar e refutar um livro há que conhecê-lo! Então os teólogos, que estudam os livros dos maiores hereges, estariam aceitando as maiores heresias?!, Como a que propaga este falsário...
4) “Lecionou Português, Latim e História”.
--- Português, Latim e História nada têm a ver com Filosofia, Teologia e Parapsicologia que deveria conhecer, especificamente no tema de que escreve com tão absoluta falta de conhecimento.
5) Afirma que “seu robe (?!) sempre foi estudar parapsicologia...”
6) “... e espiritualismo”.
--- Espiritismo e Parapsicologia não grudam, é completa contradição!
--- Estudou Espiritismo! Tire esse covarde disfarce de que estudou Espiritualismo, como se o Espiritismo fosse compatível com o Espiritualismo das religiões cristãs.
7) “O autor é um teósofo católico”.
--- Ora, ou teósofo ou católico. As duas coisas é contradição. Teósofo e espírita, é verdade que é. Católico certamente não, pela global heresia que apresenta neste livro, plenamente contra toda a doutrina cristã.
II. - AINDA NA CONTRACAPA
E acabaram as verdades. Tudo o mais que se afirma no hediondo libelo são mentiras, tergiversações, afirmações descabidas sem nem sombra de prova, e calúnias as mais baixas.
1) “(O autor é...) pesquisador de religiões”.
--- Mentira. E que formado em Comunicação..., tem preparo para isso? Estudou por conta, sem preparação nenhuma, o Espiritismo, Teosofismo, Esoterismo..., que não são religiões. De Religião mostra com absoluta claridade que não manja praticamente nada. Ou mostra abertamente sua má intenção, porque não pode ser tão profundamente ignorante precisamente do tema de que escreve. Ou é completamente míope intelectualmente, olhando só de um ângulo absolutamente deturpante.
2) “Deu um mergulho fundo na Bíblia e na História do Cristianismo”.
--- Pulou miopemente no mais nojento chiqueiro dos escritores mais fanaticamente supersticiosos e mais desleais, tão à margem da Bíblia e da História do Cristianismo, que suas afirmações resultaram as mais grosseiras calúnias.
III. - NO PRÓLOGO
E o autor, entre a multidão de espíritas, teósofos, ocultistas..., aos que envia seu libelo, tem a desfaçatez de enviá-lo também ao Pe. Provincial dos Redentoristas, a outro Padre doutor em Teologia, a mim (também doutor em Teologia, e em Parapsicologia), e..., nada menos que ao Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro!
Dom Eugênio teve a delicadeza de responder e o autor teve a ousadia desvergonhada de publicar:
“... A obra foi devidamente examinada... Há uma clara oposição entre a reencarnação e o ensinamento do Evangelho. Apesar da divergência evidentemente, respeito sua opinião... Com minhas orações, (assinado) Cardeal Eugênio Araújo Sales, Arcebispo do Rio de Janeiro”.
IV. - NOVO TESTAMENTO
Uma olhada no índice, e no texto correspondente. Tudo, absolutamente tudo, responde a abertas mentiras. Evidentemente o autor simplesmente foi recolhendo, nos autores mais tendenciosos e desvergonhados de ontem, todas as calúnias, repetidas sonsamente por alguns espíritas, teósofos, esotéricos..., mais fanáticos de hoje. De pesquisa nas fontes e de análise com conhecimento da realidade, e de Filosofia, Teologia e Parapsicologia, nada, absolutamente puro desconhecimento.
Alguns exemplos, entre os mais breves e que nos interessam mais intimamente por serem dos Evangelhos e dos Padres da Igreja. Para uma refutação completa o CLAP pode recomendar, a quem o solicitar, ótimos livros.
1) Invoca como prova da reencarnação o episódio da “cura de um cego de nascença” (Jo 9,1-3): “Rabi, quem pecou, ele ou seus pais para que nascesse cego?”.
Respondo. Não fosse má intenção implicaria ignorância supina invocar esse texto:
--- Alguns judeus perguntaram coisas próprias de pessoas simples, como o casamento após a ressurreição! (Mt 22,23-30).
--- Pensando que Deus castigava normalmente os pecados na vida de cada um, daí a dificuldade em compreender como castigo se ele já nascera cego. Para solução, como pessoas simples tomavam ao pé da letra Números 14,33: “Os filhos redimem os pecados dos pais” e Deuteronômio 5,9: “Castigo nos filhos a iniquidade dos pais”.
--- Mas só em plena imbecilidade como a do autor pode considerar-se um filho reencarnação do próprio pai!
--- E bem claramente respondeu o divino Mestre: (“Para que nascesse cego”) “não pecaram nem ele nem seus pais, mas é para que nele se manifestem os sinais de Deus”.
2) João Batista “irá diante Dele (Jesus) com o espírito e poder de Elias” (Lc 1,17). “Elias já veio” (Mt 11,14). O falsário autor com estes textos pretende provar que muitos judeus consideravam João Batista reencarnação de Elias e que, portanto, os Evangelhos pregam a reencarnação!
Respondo. Quanta ignorância ou desfaçatez!:
--- Muitíssimos judeus pensavam que Elias não tinha morrido, senão que haveria sido arrebatado ao Céu num carro de fogo. E esperavam que voltaria na época messiânica. Aos absurdos do conceito de reencarnação, acrescentar-se-ia mais outro absurdo: Dificilmente poderia “reencarnar” se ainda não havia “desencarnado”!
--- “Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para o interrogarem: Quem és tu? (...), és tu Elias? Disse ele: Não o sou” (Jo 1,19-21).
--- E os caluniadores ainda têm a pretensão de safar-se dizendo que João Batista disse “não o sou” por ter entendido “Hélios”, em grego: Não sou o Sol! Caluniam aquele homem tão amigo da verdade, até a morte, como fazedor de subterfúgios com jogos de palavras. E os judeus de repente haveriam deixado de referir-se a Hélios para claramente referir-se a Elias: “Por que então batizas se não és o Cristo, nem Elias?”.
--- Elias reencarnado em João Batista depois voltaria atrás para aparecer como o velho Elias na transfiguração de Jesus no Tabor!
3) “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Disseram: Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias” (Mt 16,13s). O autor interpreta esse texto como prova de que Jesus era a reencarnação de Elias e de São João Batista, e de que a crença reencarnacionista era comum entre os judeus.
Respondo. É o cúmulo da ignorância..., e das asneiras:
--- Reencarnação de Elias que não haveria “desencarnado”?
--- Após o batismo de Jesus por João (Mt 3,13-17par), haveriam trocado mutuamente os espíritos de Jesus e de João? Já adultos, numa recíproca reencarnação?
--- E após a morte de João Batista, Jesus haveria perdido seu espírito, que era de João!, e reencarnaria, de novo!, o de João?
--- Simplesmente muitos, especialmente recém vindos da diáspora para a Páscoa e que não conheceram antes a Jesus, mas que conheceram a João, ao ouvirem falar dos milagres e pregações de Jesus pensavam que João ainda andava por aí.
4) A Nicodemos, Jesus garantiu: “Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer de novo, não entrará na vida eterna” (Jo 3,3-5).
Respondo. Como sempre nesse autor, suma ignorância:
---Ao próprio Nicodemos nem lhe ocorreu pensar na reencarnação: “Como pode um homem nascer sendo já velho? Poderá entrar uma segunda vez no seio de sua mãe e nascer?”.
--- “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade, te digo, quem não nascer da água e do espírito (Santo) não pode entrar no Reino Deus”. É o sacramento do batismo.
--- Sacramento que São Paulo chamará lavado da regeneração: “Ele nos salvou (...) por sua misericórdia, mediante o lavado de regeneração e de renovação operado pelo Espírito Santo para que justificados por sua graça nos tornássemos (...) herdeiros da vida eterna” (Tt. 3, 5-7).
--- O Evangelho, escrito em grego, nesse versículo 3 do Evangelho de São João, na frase de Jesus, diz “anoothen”: nascer de cima, do alto. Isto é, da graça santificante, renascimento pela fé, como se explica no versículo 15: “Assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que crer tenha Nele a vida eterna”.
Em resumo: pretender como nesse hediondo libelo encontrar na Bíblia a pregação da reencarnação, bate todos os recordes da sem-vergonhice, pois é impossível ser tão ignorante. A reencarnação é a mais global heresia, implode plenamente toda a doutrina bíblica, tanto do Antigo como do Novo Testamento - e é evidente que é isso o que desvergonhada e ardilosamente pretende o autor - : Redenção, Ressurreição, Cristo Salvador, vida aqui decisiva, Perdão dos pecados mediante o arrependimento, Confissão, Sacramentos, Graça Santificante, Juízo, possibilidade de condenação, Purgatório, sufrágios e orações pelos mortos, Vida Eterna, etc., etc.
Citemos só alguns textos e só no Novo Testamento:
- Lázaro e Epulão. Imediatamente depois da morte, tanto o “espírito desenvolvido” como o “inferior” (horríveis termos reencarnacionistas), foram ao seu destino eterno. E “os que querem passar de ali para junto de nós, ou daqui para junto de vós, não o podem fazer” (Lc 16,19-31).
- A um ladrão e assassino (quantos reencarnações esperariam a um ladrão e assassino segundo os reencarnacionistas!), mas que pediu perdão, Jesus disse: “Em verdade, Eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43).
- E lapidário São Paulo: “Está estabelecido que os homens devem morrer uma única vez, depois do qual vem o juízo. Da mesma maneira Cristo foi oferecido uma única vez para tirar os pecados da multidão” (Hb 9,27).
- Segundo os reencarnacionistas espíritas, que não consideram a Cristo como Deus, quantas reencarnações Lhe esperariam se seu karma (?!) tanto mereceu (?!) sofrer. Mas o que a Bíblia ensina é totalmente oposto à reencarnação: “Se morremos com Cristo, temos fé de que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo, uma vez ressuscitado dos mortos, já não morre mais, a morte não mais tem domínio sobre Ele (...), Ele vive para Deus. Assim também vós (...) vivos em Cristo Jesus” (Rm 6,9).
V - PADRES DA IGREJA
O denigrante autor e os denigrantes “mestres” em que ele foi se enlamear, na sua total ignorância ou má intenção, quando de alguma maneira se inteiram de que algum santo padre falou da reencarnação, já o arrolam como defensor, sem se tomar o elemental dever de verificar se não será, como de fato é, para condená-la. Coitados dos cegos reencarnacionistas que se deixam guiar por tais cegos ou mal intencionados.
1) São Clemente de Alexandria fala, sim da reencarnação.
--- Para começar não foi nem Padre da Igreja, nem sequer bispo. Foi, isso sim, um grande conhecedor da Doutrina Cristã e sábio pregador.
--- No livro citado, precariamente, pelo “mestre” Léon Denis e seus seguidores, São Clemente de Alexandria nem alude à reencarnação.
--- Em outros livros qualifica a reencarnação de “heresia” (“Excerpta ex scriptis Theodoti” XXVII, página 9, No. 674).
--- e de “arbitrária” (“Stromatum” Liv. III, c. 3o., pág. 8, No. 1114).
--- “Deus certamente nos criou, porque antes não existíamos. Se antes houvéssemos existido, haveria sido conveniente que soubéssemos onde e por que viemos a este mundo” (Ibidem, liv. 4o., c.12, pág. 8 No.1290 s.).
2) Orígenes, é possível - porque existem reservas - que acreditasse com Platão na preexistência das almas num plano só de idéias - ou é mera poesia platônica? -, heresia que foi condenada pelo Quinto Concílio de Constantinopla.
--- Mas o autor não pode ser tão desvergonhado ao ponto de “esquecer” o que com absoluta certeza escreveu Orígenes contra a reencarnação: “Fábulas ineptas e ímpias” (“In Epistola ad Romanos”, V, pág. 14, No. 1015. - “In Evangelio Joannis”, V, pág. 14, No. 220).
3) Santo Agostinho defende a reencarnação?
--- Como é possível tão soez calúnia? Justamente Santo Agostinho, o grande apologeta e doutor da Redenção, da Graça, dos Sacramentos, etc.
--- Contra Orígenes, e isso que preexistência está ainda muito longe de reencarnação, Santo Agostinho dizia: “Estou sumamente admirado de como um homem tão docto (...), não percebeu como todas essas coisas são contrárias às Sagradas Escrituras” (“De Civitate Dei”, XI, 23. Cfr. MIGNE: “Patrologiae Cursus...”, PL (Patrística Latina), 41, 336).
--- Santo Agostinho ridiculariza os sonhos de Platão que fala - só poeticamente? - “de que as almas dos homens voltam depois da morte e retornam inclusive a corpos de bestas. Deste parecer - ou só poesia? - era também o mestre de Porfírio, Plotino”. E Santo Agostinho comenta: “Mas Porfírio não gostou, como é muito razoável. Pensar que a alma humana possa tornar a outro corpo diferente do que deixou, sempre a outro novo! Envergonhava-se de pensar que sua mãe pudesse converter-se em mula e carregar seu filho”. E Santo Agostinho ainda ironiza: “Embora não se envergonhasse em pensar que a mãe pudesse transformar-se numa jovem e casar com seu próprio filho!” (“De Vivitate Dei”, PL, 41, 109 s).
4) São Jerônimo de fato também fala da reencarnação,
--- mas para execrá-la: “João não é Elias no sentido de alguns filósofos (?) estúpidos e de certos hereges que defendem a metempsicose, senão no sentido de apresentar a virtude e o valor de Elias” (“In Evangelio Matthaei”, Liv. II, cap. 11, PL, 26, 74).
5) De São Gregório de Niza um fedorento caluniador inventou um texto e disse ser do “Grande Discurso Catequético”. Muitos outros, como bobos da corte, reptem a calúnia.
--- O tal texto certamente não está em São Gregório de Niza.
--- O certo é que São Gregório qualifica as afirmações dos reencanacionistas como “fábulas” (“De hominis opificio”, c. 28; PG (Patrística Grega, de MIGNE), 44, 232).
--- “Doutrina absurda” (Ibidem).
--- “Indigna doutrina” (Ibidem),
--- “que ofende ao gênero humano” (Ibidem).
6) São Clemente. Por se o segundo sucessor de São Pedro, pode com destaque representar os primeiros cristãos, pois estes também são caluniados desvergonhadamente como reencarnacionista!
--- Na realidade: “Se o tarro antes de terminado se deforma e se rompe, o arcilheiro o refaz. Mas uma vez posto no forno, o defeito é irreparável. Assim será com nós. Enquanto estamos neste mundo, das faltas cometidas nesta carne frágil podemos purificar-nos pela confissão e a penitência, e por um arrependimento sincero obter da misericórdia de Deus nossa salvação. Mas saindo deste mundo, já não são possíveis nem a penitência e nem a confissão”.
Em resumo: Toda a doutrina dos Santos Padres, toda a doutrina católica, é inconciliável e meridianamente oposta à reencarnação. O autor desse libelo não pode ser tão ignorante, é portanto reles e vil caluniador. Cito rapidamente alguns textos de outros escritores destacados entre os primeiros cristãos..., que também falam de reencarnação!:
- São Hipólito (sec. II): “Os cristãos não esperam a ensomotose e sim a ressurreição em seu próprio corpo” (Cfr. D’Ales: “La Theologie de Sainmt Hippolyte”, pág. 194, nota 2).
- São Irineu (+ 202): Na Bíblia, na doutrina dos Apóstolos..., “nem vestígio de reencarnação, nem a fé cristã na ressurreição o permite”.
- Minucius Félix (sec. II, o primeiro cristão do Ocidente a escrever em latim): Reencarnação, “miserável corruptela da crença na imortalidade da alma” (Octavius”, cap. 34, 3, 361).
- São Gregório Nacianzeno: A Reencarnação é “divagação de pessoas estúpidas” (Carmen” VIII, vers. 32, pág. 37, 449).
- São Basílio Magno: As afirmações sobre reencarnação são “delírios de filósofos” que não merecem esse nome, ao menos a este respeito em que deliram.
- São João Crisóstomo: “A mais ignóbil de todas as teorias” (Joannem Home”, II, pág. 59. 31).
- São Cirilo: “Absurdo” (“In Joannem Evangelio” I, 17, pág. 73, 142).
- São Ambrósio: “Em contradição com a natureza e mais contrária com a ordem da graça” (“De excessu Fratris sui Satiry”, II, No. 130, 1412).
VI.- ETC., ETC.
Página por página, parágrafo por parágrafo, o livro do renegado José dos Reis Chaves é um contínuo acúmulo de soezes mentiras, calúnias desvergonhadas, erros descomunais...
O livro leva o enganoso título: “A Reencarnação segundo a Bíblia e a Ciência”. De “Ciência”, absolutamente nada. De “Bíblia”, diametralmente o oposto.
É impossível que o autor possa ser sincero. Ou então é, ao menos nesta sua mania localizada, louco varrido, parafrênico. Sendo contínuas as calúnias e falsidades evidentes, pareceria que é só má vontade. Mas freqüentemente encontram-se “saladas” como esta, escolhida quase ao acaso: “O estudo esotérico da Bíblia, também chamado de psicológico, consiste justamente nisso. Temos que ver o que está nas entrelinhas, o que é exotérico e o que é esotérico, o que é evidente e o que é oculto, e o que é explícito e o que é implícito. Aliás São Paulo nos adverte, já vimos, para que não nos prendamos à letra das Escrituras, mas ao espírito da letra, classificando esta até de assassina (2 Cors. 3:6 - ). E, se existe a possibilidade de alterações em alguns textos bíblicos, devemos ter mais precauções, ainda, para que a mensagem bíblica seja autêntica para nós. O próprio Jesus também nos aconselhou que examinássemos as Escrituras. E é interessante observarmos que Jung fez um interessante estudo psicológico de algumas partes da Bíblia, descobrindo coisas interessantes, com seu talento de gênio” (pág. 73).
--- Perante semelhantes misturas e deturpações, perante salada tão indigesta como a que acabamos de transcrever, nenhum psiquiatra duvidará que se trate do linguajar de um deliróide ou mesmo paranóico...
E há tanta gente que difunde e faz propaganda desse livro nojento...!
Pe. Oscar Quevedo S.J.
CENTRO LATINO AMERICANO DE PARAPSICOLOGIA (CLAP)
Observação: O original está comigo. Corrigi a ortografia de algumas palavras. O meu objetivo é auxiliar na compreensão e divulgação da Verdade..... Rosário Américo de Resende.

Terceira carta - Resposta do escritor José Reis Chaves:
Belo Horizonte, 17 de Novembro de 1997.
Prezado Sr. Pe. Oscar G. Quevedo,

Ref. livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”.
Recebi hoje a sua carta, sem data, com o cabeçalho:
CARTA ABERTA A UM AUTOR FALSÁRIO.
Primeiramente quero dizer-lhe que eu não tenho nenhuma culpa por alguém lhe ter dado de presente o meu livro em epígrafe.
Poderia até processá-lo por me ter chamado de falsário. Mas vou limitar-me ao campo das idéias, pois, diante da reencarnação, compreendo seu caso.
Sua citada correspondência surpreendeu-me muito. Primeiro porque, embora eu já soubesse que o Sr. é um indivíduo polêmico, eu não sabia que o fosse tanto assim. Segundo porque jamais eu esperava que o meu livro fosse incomodá-lo tanto assim como o incomodou, deixando “a mil” o seu estado emocional, e levando a questão para uma polêmica personalística, o que, com disse acima, não vai ser o estilo desta carta. Mas, que o Sr. parece ser reencarnação de Torquemada, parece.
O Sr. é um parapsicólogo teórico. Isso valeu muito para o passado. O parapsicólogo moderno é empírico, experimental, trabalhando com laboratório, ou seja, é um psicotrônico. E nota máxima para o Sr. em suas questões referentes ao consciente. Mas, nota sofrível para as do inconsciente.
Em sua carta o Sr. mistura metempsicose com reencarnação. Lembro-o de que os ataques de alguns autores citados pelo Sr. contrários a metempsicose não significam necessariamente que sejam contrários a reencarnação propriamente dita. No curso que fiz com o Sr. aqui em BH, na década de setenta, o Sr. andou misturando as coisas, sendo até vaiado por isso lembra? E sei também que o Sr. já teve problemas com a própria Igreja, tendo em vista atitudes radicais assumidas pelo Sr.
Vamos ver alguns dos adjetivos e locuções adjetivas que o Sr. usou contra a minha pessoa e o meu livro em apreço, oportunidade em que lhe pergunto se o Sr. acha isso normal? Sendo, eu - repito - não culpado por alguém o ter presenteado com o meu livro: “falsário” (já dito acima), “completamente míope intelectualmente”, “reles e vil caluniador”, “louco varrido, parafrênico”, “livro nojento”, “linguajar de um deliróide ou mesmo paranóico”, “plena imbecilidade do autor”, “cego ou mal intencionado”, “É impossível que o autor possa ser sincero”, “pulou miopemente no mais nojento chiqueiro dos escritores fanaticamente supersticiosos”, etc.
Se o meu livro deixou-o assim tão descontrolado emocionalmente falando, é porque, de fato, o seu conteúdo esquentou a sua cabeça. Realmente, quando nos faltam argumentos, ou quando nos sentimos impotentes diante de certos assuntos, freqüentemente apelamos para a falta de bom senso.
Veja que estou tranqüilo, ao escrever-lhe esta carta, embora talvez fosse melhor deixá-lo sem resposta. E sabe por que estou tranqüilo? Porque eu estou convicto de minhas idéias em que se baseia a tese de meu livro, o qual, em que pese a sua fúria contra ele e contra mim, está sendo visto com seriedade e até com uma certa simpatia por algumas autoridades da Igreja e dos Evangélicos, que o estão lendo até pela terceira vez, conforme muitos telefonemas e cartas, que venho recebendo de várias partes do Brasil e de Portugal, sendo ele um livro dos mais vendidos em várias livrarias. E o Sr. não pode me xingar por isso e por ele ter sido adotado pela PUC-RS.
Não vejo nenhuma incompatibilidade em ser católico e ser teósofo, mesmo porque a Teosofia não tem dogmas, não nos obrigando a aceitar nada que nos violente a razão. E a Igreja Católica não está com mentalidade do século passado, e muito menos, da Idade Medieval, aquele período da Inquisição. Ela não proíbe mais que os católicos estudem religiões, e esse é um dos objetivos da Teosofia e que me fez teósofo. Sr. Pe. Quevedo, nós estamos às portas de Século 21.
Não sou o único católico reencarnacionista. Pelo contrário, a maioria dos católicos hoje, principalmente os intelectuais, inclina-se para a verdade da reencarnação, e para a qual se inclinam também, inclusive, elementos do clero católico, cuja posição, entretanto, é silenciosas, prudentemente silenciosa. E nada conterá essa verdade, Sr. o verá.
O reencarnacionista não é contra a ressurreição, como se tenta maldosamente incutir na cabeça dos católicos e dos evangélicos. A reencarnação é a ressurreição do espírito na matéria, na carne, enquanto que a ressurreição propriamente dita é a ressurreição do espírito fora da matéria, fora da carne, isto é, em outra dimensão. E esta ressurreição ocorrerá só no final dos tempos, na fase escatológica do homem. Quando acontecerá, nem os anjos nem Jesus o sabem, mas somente o Pai, segundo o próprio Jesus. Até lá, muita água passará debaixo da ponte, e aí é que entre a reencarnação.
Não me importa que os judeus da época de Jesus fossem pessoas simples. O que me interessa é que eles aceitavam a reencarnação. Daí eles acharem que Jesus fosse a encarnação de um dos antigos profetas. Mas eu não afirmo que eles estavam certos, neste sentido, em meu livro, e muito menos, que Jesus fosse encarnação de Elias e de João Batista, como o Sr. diz na carta. E não a redito que o Sr. esteja fazendo jogo sujo com isso. Acredito, sim, que o Sr. não leu bem meu livro, ou esta mal assessorado por pessoas que também não o leram bem.
O Sr. duvida até de que eu seja formado na PUC-MG e de que eu tenha estudado para padre. Mas isso não me incomoda, pois esses estudos pouco representam para eu ter escrito o eu livro em apreço.
Vou abordar a sua carta e esta minha resposta no programa “A Caminho da Luz”, dirigido por Aurélio França, na Rádio Metropolitana de BH, do qual participo (AM 1250, de 20 às 22 horas, aos sábados). Ele é ouvido aí em São Paulo.
O Sr. disse que eu não sei citar a Bíblia, só porque, às vezes, eu a cito “ipsis literis”, entre aspas, como deve ser, e outras vezes, com as minhas próprias palavras, mas citando também, como no primeiro caso, o livro, capítulo e versículo correspondentes da Bíblia. Ter-lhe-iam faltado mais argumentos para condenar meu livro ao recorrer a uma crítica tão ingênua desta?
Não vou criticar os erros de Português em sua carta, pois o Sr. é estrangeiro. Deixo isso para os seus assessores.
Muito obrigado por me ter fornecido seu Fax.
O meu abraço fraternal.
J. R. Chaves, autor de “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”. (Assinado).

Quarta carta - Minha resposta ao Pe. Quevedo:
Belo Horizonte, 04 de Dezembro de 1997.
Caro amigo e companheiro em Cristo, Padre Oscar Gonzalez Quevedo.

Muita paz é o que lhe desejo. Que a sabedoria do Espírito Santo de Deus nos ajudem a encontrar realmente a verdade que liberta, a entender e compreender os mistérios da vida, a saber quem realmente somos e a descobrir como age o “inconsciente individual e ou coletivo”. Só existe mistério por causa da ignorância e do orgulho dos sábios, que ainda não conquistaram a sabedoria.
Só podemos falar daquilo que sabemos e dar testemunho daquilo que vimos (Jo 3,11).
Recebi a sua “Carta Aberta a um Autor Falsário” e como lhe enviei o “grande livro”: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, também me julguei com a responsabilidade de lhe enviar essa resposta. Isto tudo é em nome de uma “VERDADE MAIOR”, que precisa ser revelada e compreendida.
Primeiro digo que li o “importante e profundo livro”, que o senhor, Padre Oscar G. Quevedo, deprecia e difama do princípio ao fim de sua carta. Esta sim parece ter vindo de alguém que necessita do auxílio de um psiquiatra e ou analista, pois o seu autor parece até um possesso cheio de ira, ódio e vontade de destruir...
Pela sua carta, que nem assinada foi e então não se pode provar que seja autenticamente sua, posso concluir que o senhor não é um discípulo verdadeiro de Jesus. O senhor é um membro da ala radical e trevosa da nossa Igreja Católica Apostólica Romana, que durante muitos séculos não permitiu que ninguém pensasse ou acreditasse diferente de seus principais líderes, desde que o “catolicismo” tornou-se a religião oficial do Império Romano com Constantino, por isso denominou-se “romano”, até o fim da trevosa instituição, que foi a famigerada Inquisição. Todas as polícias secretas do século XX perdem feio para a “Santa Inquisição”, pois esta cometeu crimes inafiançáveis perante a justiça perfeita ou divina e ainda diziam que era para proteger o Evangelho e salvar as almas.
A tirania e o terror da fé fizeram muitas vítimas e péssimos cristãos, pois a muitos exércitos derrotados eram permitidos a escolha entre o batismo católico ou a morte pela espada e assim as fileiras do catolicismo cresceram muito, mas sem nenhuma qualidade como nos primeiros séculos do cristianismo recém-nascido e perseguido.
Durante a Inquisição muitos grandes pensadores, filósofos e corajosos pregadores foram perseguidos, presos, torturados e condenados à fogueira, só porque pensavam e tinham idéias diferentes das da “Cúpula da Igreja”. Entre muitos milhares bastas citar: Giordano Bruno, Jan Huss, Jerônimo de Praga, Savanarola, Santa Joana d’Arc e John Wiclife, que foi queimado após 44 anos de sua morte.
Também outros foram presos nos próprios conventos. As cruzadas contra os muçulmanos e contra os albigenses não foram, nem são atos cristãos e nem conforme os ensinamentos de Jesus, mas foram apoiadas e até conclamadas pelos Papas, que tornaram infalíveis em 1870.
Digo e afirmo que o senhor não é um discípulo de Jesus porque em sua carta se nega e contradiz os ensinamentos de Jesus, que nos proibiu de chamar alguém de “raca, cretino ou louco” (Mt 5,22); que nos ensinou a amar e orar pelos nossos inimigos, e por quem nos perseguem (Mt 5,44); que nos ensinou a reconciliar com o nosso próximo enquanto estamos com ele no caminho (Mt 5,24 e 25); que nos mandou a amar uns aos outros, como ele nos amou (Jo 15, 12 e 17); que nos ensinou a buscar a ovelha perdida (Mt 18,12) e a procurar a dracma perdida (Lc 15,8 a 10); que nos pediu para perdoar setenta e sete vezes (Mt 18,22). Nada disto vi em sua carta. Vi apenas o ímpeto, a fúria e a vontade de massacrar, denegrir e destruir a um irmão, pois todos somos filhos de Deus-Pai-Mãe (o Papa João Paulo I nos ensinou a chamar “Deus” também de Mãe).
Este nosso irmão, o José dos Reis Chaves, está dando uma grande contribuição para com o encontro e a divulgação da verdade, que liberta e nos conduz ao amor eterno.
Jesus deixou claro que não nos ensinou tudo, mas com a vinda do Consolador tudo seria esclarecido (Jo 16,12 a 15) e isso aconteceu para os primeiros discípulos no Pentecostes (At 2,1 a 41) e para São Paulo no caminho de Damasco (At 9,1 a 30). Pouquíssimos “cristãos católicos”, hoje em dia, têm o seu Pentecostes, por ignorância e culpa de nossa própria Igreja Católica Apostólica Romana, que nos proíbe de “pensar no já pensado e pensar diferente”.
Tive o meu “Pentecostes” ou o renascimento de um ser adulto (Jo 3,3) no início de 1980. Tornei-me reencarnacionista no dia 05/01/1980 e então passei a ser um autodidata sobre a mente humana consciente e inconsciente. Descobri quem realmente sou, consegui me compreender e a entender melhor a cada ser humano. Passei a ter vida em plenitude e a ser um habitante do “Reino dos Céus”.
Descobri na década de 80 a minha missão a ser cumprida aqui na terra e com total apoio do Espírito Santo estou fazendo a minha parte. O meu inconsciente individual tornou-se, em parte, consciente e passei a entender também o meu inconsciente coletivo. Já escrevi para teólogos, Padres, Bispos, dois Cardeais e até para o Papa João Paulo II defendendo a reencarnação e a mediunidade, que é o mesmo profetismo bíblico na atualidade.
Temos que respeitar e aceitar a liberdade de Deus em dirigir a caminhada histórica e evolutiva da humanidade. Realmente Deus dirige plenamente tudo, mas respeita plena e totalmente a liberdade de todos nós e por isso Ele é Deus. Só quando o profeta está preparado e com o caminho aberto é que Deus se aproxima para continuar a sua eterna revelação à humanidade.
Também já defendi a reencarnação e a mediunidade em confissões e conversas com Padres e Bispos. As reações foram muito divergentes e interessantes. Vou citar algumas:
- “Você sabia que sempre podia contar comigo” (1983). “A nossa posição perante você, Rosário, é ficarmos calados, pois aquilo que é, é. Não é a roupa que interessa e o que Deus planejou acontecerá, mesmo que muitos ajam contrariamente ao projeto de Deus” (1996, de meu ex-Padre Mestre, quando fui noviço).
- “Você precisa é de psiquiatra e não de padre” (1980). “Você acredita nestas coisas, tudo isso é pura imaginação e ilusão de sua mente” (1984, de meu ex-professor e ex-Padre espiritual do seminário).
- “Eu não discuto mais a reencarnação. Já ouvi tanta coisa aqui no meu consultório, que não nego mais a reencarnação, mas a sua encarnação atual precisa de auxílio”. “O Frei X estudou psicologia e se salvou, já o Frei Y estudou religião e se complicou, porque religião não explica os dramas da vida” (1982, de um Padre analista).
- “O seu irmão, o ex-Frei Maurílio, pode estudar essas coisas, pois ele é o maior sábio que existe em Divinópolis, mas você é fraco e não dá conta disso” (1980). “Você tem que tomar remédios e fazer análise para tirar isso de sua mente” (1980 a 1986, de um Frei e Padre franciscano, até que cancelei a minha aposentadoria por invalidez em 10/02/1986).
- “É melhor que não conversemos, pois eu pesquiso para um lado e você para o outro” (1984, de um Frei e Padre franciscano, que foi meu colega e companheiro de seminário e que continuou os estudos em Roma. Esse é o Frei Y, citado acima).
- “Vou lhe dar um conselho: continue nesses estudos e pesquisas para você ter idéias claras, pois a Igreja não sabe o que ensina para a gente” (1987, de um Frei capuchinho no confessionário).
- “Você estava ruim naquele dia”. “Você acha que não entendo de Bíblia. Estudei Bíblia durante 12 anos e não tenho tempo de conversar mais com você” (1982, de um Padre da paróquia de Santa Teresa em Belo Horizonte, uma semana após ter vivido uma experiência mística dentro da Igreja e uns três meses depois).
- “Estou aqui para ouvir pecados e você vem com uma conversa dessa sobre reencarnação”, “Estou aqui cansado, mas cumpro o meu dever para ouvir e perdoar pecados e não para isso”. “É melhor que não conversamos mais” (1988, de um Padre, no confessionário e alguns meses depois, por telefone).
- “Não entendo disso, não quero entender e não tenho mais tempo de conversar com você” (1988). “Estou gostando de conversar com você e muito contente mesmo”. “Você me perdoa por não ter conversado com você”. “Como é bom ouvi-lo. Estou alegre mesmo”. “Quero ler sim, mas apenas o que você escreveu para o Papa”. “É melhor não conversarmos mais. Não concordo com o que você escreveu e não quero discutir com você” (1997, a última por telefone, de um Bispo, que foi indicado para me orientar).
- “Você sabe que não está me contando pecados. Só posso lhe dar a absolvição se você me contar pecados, então vou lhe dar uma bênção e emprestar-lhe dois livros. Depois de lê-los poderemos conversar” (1995). “Como você ainda comunga, sabendo disso e acreditando como você acredita. Não, pois a Igreja não é minha” (1996, do meu pároco no confessionário, mas a conversa depois nunca foi feita).
Outros trechos escritos em cartas para mim, também por Padres:
- “Claro que não podemos negar os fatos. A gente sente você plenamente normal” (carta de 05/08/1991).
- “Sei que você está elaborando uma síntese de pensamento grandioso e universal” (carta de 01/04/1992).
- “A sua carta revela grande manuseio e conhecimento da Escritura. Hoje ela é um mundo de pesquisas e descobertas” (carta de 10/04/1993).
- “Não vou argumentar nada com você para não profanar o grande segredo, a grande revelação. Você põe a coisa num nível e numa forma, que vão além de qualquer comentário, no nível das idéias e pesquisas” (carta de 04/08/1993).
Veja por estes trechos que os conceitos e conhecimentos individuais são muito divergentes. Não podemos julgar que o outro está errado e denegri-lo ou difamá-lo só porque pensa diferente daquilo que a gente pensa e acredita.
Muitas verdades foram renegadas no Ocidente durante séculos por causa da tirania da fé e da crença. Veja o caso de Galileu Galilei que teve de se retratar de sua descoberta e crença no sistema heliocêntrico para não ser queimado vivo. Galileu retratou-se porque ele não era religioso, a religião nos coloca “fanáticos, cegos e cabeçudos”.
Só agora, no século XX, a Igreja reconheceu o seu próprio erro e pediu perdão ao grande mestre Galileu. Ele deve ter perdoado a grande injustiça que sofreu!
Outras verdades foram consideradas heresias e ou não foram descobertas porque não havia liberdade de pensamento, era só pensar diferente da cúpula eclesiástica e vinha a excomunhão como castigo, muita tortura e até a fogueira.
Aqueles que pensaram igual aos líderes da Igreja C. A. R. foram vangloriados e bajulados, muitos foram até canonizados após a morte: era a entronização final no altar. Por outro lado quem pensasse diferente era excomungado, preso, torturado e até queimado vivo.
Não consigo ver nada disto no Evangelho de Jesus, cujo principal ensinamento é o AMOR. Então quem assim agiu e age não pode ser chamado de discípulo verdadeiro de Jesus ou verdadeiro cristão, mas sim membro de uma instituição organizada por homens, que muitas vezes esqueceu-se de Jesus e dos primeiros cristãos.
A verdade nunca pode ser propriedade de ninguém e de nenhum grupo ou Igreja. Jesus ensinou que haverá um só Pastor e um só rebanho.
Deus não instituiu uma organização para representá-Lo na terra, mas os organizadores e líderes das organizações são que se dizem e se intitulam como os únicos representantes de Deus. As organizações só aceitam como seus dirigentes aqueles que seguiram e seguem obedientes e cegamente a seus preceitos, elas têm medo de que alguém pense no já pensado e descubra os seus calcanhares de Aquiles.
A revelação de Deus a nós não se limitou a um espaço finito de tempo, mas este tempo é infinito. À medida que chega a hora e surge alguém com predicados necessários e conquistados, então “Deus” livre e pacificamente aparece, e vai se auto-revelando, orientando e ajudando na divulgação das “verdades reveladas”. Assim é a nossa evolução, que é a nossa eterna busca e vivência da perfeição ou da nossa salvação.
Um dos maiores erros cometidos pelo orgulho do ser humano foi a instituição dos “dogmas” e o maior deles foi o dogma da infalibilidade do Papa. Se os Papas fossem infalíveis não poderia ter havido a possibilidade de que eles agissem ou permitissem a ação contra os ensinamentos de Jesus e contra o mandamento “Não Matarás”.
Como puderam os homens-Papas infalíveis terem cometidos erros tão perversos e claros assim? Ou será que a lei só vale para os outros? Jesus ensinou: “Fazem o que eles dizem, mas não fazem o que eles fazem”.
Mas a verdadeira elite dos cristãos na Igreja também sempre existiu, existe e existirá. Podemos citar os seguintes membros: Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce de Salvador, São João Maria Vianney, São Vicente de Paula, Santa Tereza d’Ávila, São João de Deus, Santa Joana d’Arc, Santa Clara e São Francisco de Assis, São Francisco Xavier entre muitos outros. A existência destes prova que Deus-Pai-Mãe está sempre no leme dirigindo a caminhada evolutiva da humanidade, respeitando plenamente a liberdade de todos.
Para finalizar digo ainda que todos os Padres da Igreja, citados em sua carta, que condenavam a idéia da volta do espírito à carne e o que eles realmente condenavam era a “metempsicose”, que era a idéia dos filósofos gregos. Esta doutrina também eu condeno, pois a metempsicose é uma idéia contrária a evolução e ao ensinamento: “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Já a doutrina atual da reencarnação é evolutiva e ela explica perfeitamente todos os dramas e tudo da vida de cada ser humano, como também esclarece os mistérios inexplicáveis pela nossa doutrina católica existente.
Como já disse: a “Verdade” não é patrimônio ou propriedade de ninguém e quem dirige a sua revelação, descoberta e divulgação é o próprio Deus. Estas revelações vêm de todos os cantos, veja os livros do psiquiatra norte-americano Brian L. Weiss, principalmente “A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas”.
Na década de oitenta, quando li os seus livros, citados na dedicatória do livro do José dos Reis Chaves, concluí que o senhor, Padre Quevedo, é um grande estudioso e conhecedor da mente consciente, mas também fica muito claro que existe um grande vazio e um completo desconhecimento sobre o que é o “inconsciente”, seja ele individual ou coletivo.
Pelos seus livros fica provado que a carta, que estou respondendo, é realmente sua, pois também neles se encontram termos não elogiosos a todos os médiuns espíritas. Nos seus livros se afirma que tudo que os médiuns fazem é fraude, enganação e charlatanismo. O senhor até conta que fez curso superior de mágica para executar o mesmo que os médiuns fazem e assim desmascará-los.
Como o senhor é um grande conhecedor da mente consciente já deve ter entendido e compreendido que sou um médium católico (um profeta da atualidade) e da paz. Isto revelei para o Papa João Paulo II, em uma carta secreta. Se outro leu esta minha carta e se não chegou ao conhecimento de Sua Santidade, não é problema meu.
Vou lhe enviar algumas cartas, que já escrevi e enviei para teólogos católicos. Tudo para que a Verdade seja compreendida e divulgada. Os trabalhos anexados são:
- “Você Sabe Quem é Você? ... E se Auto-Conhece?...”.
- “O Mistério, A Verdade e a Visão Cósmica da Vida”.
- “O Relacionamento Entre Encarnado.... E Desencarnado”.
- “Cartas de 28/06/1992 e de 02/01/1994”.
Desejo-lhe muita paz e liberdade de pensamento para que encontre realmente a Verdade que liberta. Mas sei também que a sua hora certa só o Pai sabe.
Um abraço fraternal de um irmão em Cristo..... Rosário Américo de Resende.

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