domingo, 27 de junho de 2010

Defendendo a Reencarnação.

Paz plena...
Após ter lido o livro "Reencarnação", escrito pelo bispo Dom Frei Boaventura Kloppenburg, onde se nega a reencarnação do princípio ao fim, decidi escrever esta carta para o mesmo:

Belo Horizonte, 07 de Abril de 2000.
Dom Frei Boaventura Kloppenburg ofm,
desejo-lhe muita paz e luz em nome do nosso Mestre Jesus. Que o “Espírito Santo” possa nos mostrar a “VERDADE”.
Que o exemplo, a vida e a humildade de São Francisco de Assis, também, nos sirvam de exemplos, metas e objetivos para as nossas vidas. São Francisco renunciou às riquezas e pompas terrestres para realmente seguir o caminho de Evangelho, até ser um teólogo e um filósofo de fama, São Francisco renunciou. Ele não quis que os frades franciscanos fossem filósofos e ou teólogos, mas, quando não houve mais jeito, entregou a Santo Antônio a responsabilidade da instrução para aqueles que abandonaram tudo, e foram atrás de suas pegadas; isto é: da vivência humilde e plena dos ensinamentos de Jesus, que foi o caminho tomado pelo humilde São Francisco de Assis.
Dom Frei Boaventura já tive um encontro com o senhor, ocorrido em 1966. Esse nosso rápido diálogo aconteceu na casa de retiro São José, em Belo Horizonte. Procurei-o, a conselho do meu ex-Padre mestre, o frei Estanislau, para me beneficiar dos seus dotes especiais de hipnotizador. Fui seminarista franciscano por 9 anos, e nos anos de 1965 e 1966, fiz o noviciado no Convento de Santa Maria dos Anjos, em Betim, MG. Realmente queria ingressar na Ordem Franciscana dos Frades Menores, quando era ainda uma criança; vontade, que voltei a ter de 1984 a 1987, quando fiquei viúvo, e era um adulto, mas também não foi possível, porque todas as portas foram fechadas.
Quem somos nós para desvendarmos plenamente os desígnios de Deus ou os labirintos, nos quais somos colocados pelas circunstâncias da vida? Mas nós não somos peças de xadrez no tabuleiro da vida. Somos os responsáveis por aquilo que somos, e temos que colher aquilo que plantamos.
Era um pouco gago, e não conseguia falar em público, por isso decidi dar um tempo, antes de fazer os votos simples, e, tentei fazer um tratamento de voz, aqui em Belo Horizonte, com o psicólogo Frei Ricardo.
Procurei-o em 1966, com objetivo de livrar-me da minha gagueira por intermédio da hipnose, já que o senhor, um grande e famoso hipnotizador, era muito conhecido, e até fora dos meios franciscanos. O senhor recebeu-me, atenciosamente, e levou-me para uma sala reservada. Prontamente fez um teste inicial comigo, mas quando viu que nada aconteceu comigo, e que os seus poderes hipnóticos eram ineficazes perante a minha pessoa, falou-me mais ou menos assim:
- “Não vou hipnotizá-lo, pois corro o risco de não trazê-lo de volta”.
Assim encerrou aquele nosso encontro. Fiquei decepcionado, e continuei o tratamento de voz com o frei Ricardo ofm, até o início de 1967. Durante as férias do Frei Ricardo, ele entregou-me aos cuidados de uma psicóloga, que fez curso de pós-graduação em Paris, e com a qual tive algumas entrevistas. Ela aconselhou-me a parar com o tratamento, que consumia todos os meus recursos financeiros. Falou-me que o meu caso não era um problema para a vida, e que devia continuar com os meus estudos, o que realmente fiz, parando de vez com o tratamento de voz.
Aquele encontro foi muito importante para mim, pois me serviu muito para o meu autoconhecimento. Já tinha tido uma experiência hipnótica, em 1963, com o frei Albino Arezi, que também não conseguiu me hipnotizar. Também o frei Albino considerava e apresentava a hipnose como um fenômeno para espetáculos públicos.
Hoje sei que existem pessoas, que quase ninguém consegue hipnotizá-las. Estou incluído neste grupo, já que passei por dois ilustres e famosos hipnotizadores, que não conseguiram me dominar, mesmo desejando imensamente sê-lo. O senhor já descobriu e entendeu o porquê de tudo isso? ... Deus vela por nós, protegendo os seus enviados e eleitos de todos os bisbilhoteiros.
O objetivo dessa minha carta é comentar alguma coisa sobre o seu livro: “Reencarnação”, cujo conhecimento tomei por intermédio de uma pessoa, decepcionada com o mesmo, pois julgou pelo nome, que o senhor era a favor e não contra a reencarnação. Gostei imensamente do seu livro, apesar de apresentar idéias contrárias às minhas. Por causa dele surgiu esta oportunidade, que me permitiu defender e esclarecer mais ainda as minhas teses.
Tornei-me reencarnacionista em janeiro de 1980, sem nenhum drama de consciência, mas buscando livremente a VERDADE. Esta é a razão do porquê que estou enviando-lhe esta carta. Escrevi na contra capa do meu exemplar do seu livro:
- “O homem é uma união perfeita entre um espírito (re)encarnado com um corpo de carne, por isso aceito e até defendo o “unitarismo” da Teologia da Libertação.
O espírito vem de Deus-Pai-Mãe Criador, e o corpo é gerado por uma mãe humana, após a concepção, que foi o fruto de uma relação sexual, amorosa ou não, entre os futuros pais físicos daquele, que será um novo ser humano. Existem raríssimas exceções da regra criada por Deus, para os casos de fecundação em função da evolução dos estudos da genética, onde existem muito conhecimento e pouco amor. O que morre é o corpo de carne, e este realmente morre uma vez só. Quem (re)encarna é o espírito semi-eterno, já que foi criado simples e ignorante, e que busca a sabedoria e a perfeição. Na morte física do corpo, existe a separação entre o espírito e o corpo, e aqui temos o dualismo provado e comprovado.
Logo que entreguei as minhas armas, aceitando a idéia da reencarnação, fui buscar comprovação nas páginas da Escritura Sagrada, antes de ter lido qualquer obra reencarnacionista. Entreguei-me à inspiração e orientação do “Espírito Santo”, pois estava acontecendo algo novo comigo. Deixei que a “Presença Invisível de Deus” me guiasse à plena verdade, e me livrasse dos princípios bitoladores, que aprendi em meus nove anos de seminário, e me aprisionavam com “algemas de ouro”. Até 12/04/1984, a presença de Deus, para mim, era invisível e inconsciente, depois tudo ficou consciente e visível.
Comentários sobre o seu livro e as provas, que encontrei na Bíblia, foram (itens 1 a 9):
1) Como o nosso Mestre Jesus existia antes de encarnar no ventre da virgem Maria, era e é muito lógico e racional que seus discípulos façam o mesmo para levar em frente a obra do mestre, seguindo o exemplo do mesmo. Todo discípulo tudo faz para seguir o caminho e exemplo do mestre, e quanto mais perfeito é o discípulo, mais vontade possui para seguir o Mestre. O espírito de Jesus existia antes de encarnar (Jo 1, 1 a 18), e aqui se prova a preexistência do espírito ao corpo de carne. Se para Jesus isso é uma verdade, por que então não poderá ser também para os discípulos de Jesus e para todos? Por que temos que negar algo, sem saber o que estamos negando?
2) A Parábola do Tesouro: “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo; um homem o acha e torna a esconder e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui, e compra aquele campo” (Mt 13,44). Em algumas traduções ainda se diz: “... e na alegria de o achar de novo...”.
Este foi o primeiro trecho bíblico, no qual vi e compreendi, por revelação, a reencarnação. Naquele momento (10/01/1980) não tinha o controle emocional para escrever a parábola toda, mas apenas, em rápidas palavras, dei a explicação: “Nasce, cresce, encontra e morre ou nasce, cresce, morre e encontra”. O campo é o nosso corpo de carne e o “Reino de Deus” é a vivência consciente e em paz consigo mesmo, com a sabedoria, com a verdade..., e..., com Deus.
A alegria de se encontrar com a plenitude, em tudo, é tão grande e envolvente, que o espírito, em evolução, deseja viver a experiência novamente. Esse encontro tanto pode ser em vida, havendo imediatamente a morte física do corpo ou não, como após a morte física do corpo, depois de passar um período no “purgatório”. Para o primeiro caso e, não havendo a morte física do corpo, então temos entre nós um mestre, para ensinar à humanidade, como foi o caso de Jesus e alguns outros.
Essa interpretação, feita a mim por revelação sobrenatural, veio também me explicar a própria parábola. O ensinamento esotérico, contido nessa parábola, permaneceu oculto de todos os ocultistas por quase 2 milênios, pois nenhum reencarnacionista já o utilizou, como estou fazendo.
Via nessa parábola uma desonestidade e até chantagem, o que não se pode aceitar com relação aos perfeitos e puros ensinamentos evangélicos, como: “Um comprava o tesouro e o outro vendia o campo! Por que, quem achou o tesouro, voltou a escondê-lo? Já era dele, pois o achou ou isso foi apenas para enganar o outro e a ele mesmo, para ter a consciência em paz e tranqüila depois?”.
3) Parábola do Joio.
Passei a ver aqui também, de uma forma esotérica, um ensinamento reencarnacionista, já que não vejo e nem aceito o “Diabo”, em condições de lutar de igual para igual com Deus e, além do mais, Deus não luta, mesmo dirigindo tudo, respeita plenamente a liberdade de todos. Como o joio foi semeado, alguém foi o responsável por essa semeadura e esse alguém é o próprio homem.
Veja a minha nova e revolucionária interpretação sobre a Parábola do Joio: “Como os espíritos estão em evolução e só, se pode evoluir, quando ainda não é perfeito, “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48), e passando pelas provas ou provações. Quando um homem tem uma relação amorosa e plenamente fiel com sua esposa, o normal é a aproximação de espíritos amorosos, e, quando existe uma relação infiel, traidora e adúltera, então se aproximam os espíritos infiéis, adúlteros e traidores. Estes podem entrar nos espermatozóides e viverem uma curtíssima encarnação, desencarnando, quase imediatamente, como filhos da infidelidade e da traição, fugindo de qualquer tipo de justiça e condenação”.
Justiça e condenação só existem onde ainda não reinam o amor, a caridade, a humildade, a compreensão, a liberdade, a fidelidade, a verdade, a sabedoria e a perfeição.
Pode até haver nascimentos de relações sexuais sem amor, encarnando assim espíritos do mesmo padrão, quando a mulher foi e é utilizada apenas como matriz. Aqui se encaixam os casos bíblicos de Abraão com Agar e Jacó com Lia, Bala e Zelfa. Abraão amava a Sara e Jacó amava a Raquel. Também pode haver nascimentos de relações sexuais adúlteras, casos em que imperam muito mais o lado vil e irresponsável do ser humano. Aqui podem se iniciar ou continuar muitas complicações, já que muitos podem ser jogados na lama e na perdição. Mas cada caso é um caso, e por isso precisamos entender bem os labirintos criados pela vida e por quem vive a vida, como um todo. Veja o que está escrito sobre o número “666” no capítulo 13 do Apocalipse.
Por que as mulheres amadas inicialmente eram estéreis, como Sara, Rebeca, Raquel, Ana, a mulher amada de Elcana e mãe de Samuel, e Isabel, mulher de Zacarias? Isaac é filho de Sara e José do Egito é filho de Raquel.
Aqui se cumpre à lei: “Semelhante atrai semelhante” ou “Diga-me com quem andas, que direi quem és”, como também o ensinamento sobre a árvore e os seus frutos nos Evangelhos.
4) No capítulo 3 do Evangelho de João também vi o ensinamento esotérico da reencarnação ou das vidas sucessivas, só que não é onde todos os outros reencarnacionistas viram. São João, para mim, é o principal escritor gnóstico, que se conhece. O “nascer do alto ou nascer de novo” (Jo 3,3 e 7) é realmente o (re)nascimento de um ser adulto, é a conversão ou a reforma íntima, é o nascimento pelo espírito e é o encontro com a Verdade, como São João encontrou. Só entende isso aquele que viveu conscientemente tais experiências, semelhantes às de Abraão, Moisés, Samuel, Elias, Isaías, Daniel, Jesus, os apóstolos no Pentecostes, São Paulo no caminho de Damasco, São Francisco de Assis, Santa Joana d’Arc e muitos outros.
Vivi o meu “nascimento do alto”, em janeiro de 1980. O “nascimento do alto” é o encontro real e consciente consigo mesmo e até com Deus.
Nos versículos 11 e 12 está escrito: “Em verdade, em verdade, te digo: falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, porém não acolheis o nosso testemunho. Se não credes quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando vos falar das coisas do céu?”.
O “nascimento do alto é coisa da terra”, pois ocorre com um ser humano enquanto vivo, e “nas coisas do céu, para mim, estão incluídas a (re)encarnação, a desencarnação, a assunção, a ressurreição e a ascensão”, pois liga os planos visíveis com os invisíveis, e são coisas do Céu mesmo. Isso Jesus não pode realmente explicar por causa da ignorância reinante entre seus contemporâneos. Ignorância essa que continuou por muitos séculos depois, e mesmo agora, existe muitos que não querem ainda se libertar dela e da cegueira.
5) Em João 16,12 a 15, lê-se: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas não o podeis agora suportar.”. Neste trecho ficou muito claro mesmo que Jesus não nos ensinou tudo: havia algo mais. A revelação de Deus aos homens não terminou com a Bíblia. Aqui se compreende a continuação da revelação de Deus a nós, e é defendida também a nossa própria evolução. No futuro poderemos compreender muito mais, à medida que formo-nos evoluindo, sendo nós cada vez mais perfeitos teremos puros os nossos corações (Mt 5,8), e com essa condição, poderemos ver a Deus.
Para mim é impossível entender, defender perfeita e claramente a evolução ou a busca, quase eterna da perfeição, sem a visão ou aceitação da reencarnação.
Hoje sou gnóstico, monoteísta, dualista e evolucionista. Sou contrário às duas correntes filosóficas do agnosticismo. Nego o monismo, o panteísmo e o politeísmo.
Sou contra a crença de dois princípios eternamente conflitantes: um do Bem e o outro contrário ao Bem. Se isso fosse verdadeiro, seria justificável a existência do “Inferno Eterno”, local onde o Bem nunca entraria ou onde nunca seria sentida a presença da Divindade.
Também nego o dualismo modificado, que sustenta que Deus é ambivalente, isto é: benévolo e malévolo ao mesmo tempo.
Aceito o “unitarismo”, defendido pela Teologia da Libertação, já que ensina que o homem é uma união perfeita entre corpo e espírito. Nunca podemos justificar o sofrimento do corpo para salvar o espírito, ou mesmo porque Jesus também sofreu muito por nós, culminando com a morte na cruz, após muitas traições e torturas.
Vejo e entendo a nossa evolução como a caminhada de cada um de nós para a sabedoria e a perfeição plenas, continuando a existência individual de todos nós. Cada um é o próprio responsável por sua evolução ou salvação. Nunca poderemos comer um alimento para matar a fome do nosso irmão, por mais que o amemos e queiramos o bem dele.
Pelo que já li, discordo das idéias evolutivas de Teilhard de Chardin, que defende a completa união ou unidade com Deus. Quando dois seres ou duas coisas se unem plenamente, o inferior submerge, afoga-se ou se anula no superior, e deixa de existir, perdendo a sua individualidade; como os pingos de chuva ou os rios de água doce na imensidão oceânica das águas salgadas. A visão evolutiva de Teilhard de Chardin é uma outra forma de apresentar as idéias monistas de Pietro Ubaldi. O monismo de Pietro Ubaldi é idêntico ao panteísmo de outros filósofos sofistas, que para mim são idéias, que só dificultaram e dificultam o encontro com a VERDADE ABSOLUTA, porque em muitos casos vieram de quem negava a existência da Divindade.
As minhas idéias evolucionistas continuam sendo dualistas, então para mim existe a reencarnação e a ressurreição, como também a existência de Deus em sua infinita perfeição e nossa existência. Nós poderemos alcançar, também, a plenitude da perfeição com o nosso esforço, persistência e vontade.
O ressuscitado é aquele, que atingiu o pico da evolução e tornou-se quase perfeito como o Pai celeste é perfeito (Mt 5,48), só que isso é quase impossível de provar perante a existência ainda de tanta imperfeição no ser humano. O ser humano deixa-se levar pelo orgulho de querer ser sempre o melhor, a vaidade de ter a última palavra e a sede do poder em suas mãos, sem ter a condição de tê-lo. Como o ser humano é um espírito encarnado, então tudo o que existe no plano físico também existe no plano invisível e vice-versa. Tudo o que existe foi pensado por alguém antes. Um ressuscitado é um mestre vivendo aqui entre nós.
6) Em João 8,31 e 32, lê-se: “Disse, então Jesus aos judeus, que nele haviam crido: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará””. As palavras cernes da missão de Jesus são o PERDÃO e o AMOR: “Isto vos mando: amais-vos uns aos outros” (Jo 15,17) e “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes” (Mt 18,22). Quem ama real e sabiamente não se ofende, quem não se ofende nada tem para perdoar, já que alcançou a perfeição.
Veja como são empregados os verbos no futuro: “sereis, conhecereis e libertará”. Também em vários outros trechos, como em João 16 e Mateus 5, 1 a 12 e muitos outros, vemos tudo no futuro. Então se vê claramente a busca da perfeição, e isso é: evolução e também reencarnação.
O cerne da mensagem cristã está no AMOR, no Perdão, na vida em abundância, na água viva e no alimento, que é fazer a vontade do Pai. Mas não está na paixão, na morte e no sangue derramado na cruz, que muitos consideram que foi para apagar os pecados de todos os homens de todos os tempos.
7) No trecho do cego de nascença (Jo 9, 1 a 3), também vi e compreendi os ensinamentos das vidas sucessivas, mas esse é um trecho muito citado por todos os reencarnacionistas.
A sua exposição e defesa, na página 172 do seu livro, é muito infantil e só é aceita por pessoas, que ainda não passaram pelo batismo do Espírito Santo e do fogo (Mt 3,11c) e nem pelo nascimento do alto (Jo 3, 3 e 7).
Pergunto-lhe apenas isso: “Deus, que é bom, justo, perfeito e sábio em plenitude, iria aceitar aquele padecimento e sofrimento apenas para manifestar a glória dEle”? O Senhor faria isso com um filho, irmão ou companheiro seu? Esse gesto é anticristão. Por isso é que se diz também para explicar e chocar aos aprendizes: “O Deus de muitos cristãos é anticristão”.
A criação, como um todo e em seus mínimos detalhes, manifesta constantemente a pujança da glória de Deus. Nenhum sofrimento pode ter como justificativa a glorificação de Deus. Todo sofrimento é contrário ao AMOR e ao PERDÃO, que são as bases sólidas da missão de Jesus; isto é: “A rocha sobre a qual deve estar baseada a Igreja Católica Apostólica, que é Universal (do grego)”.
8) João Batista e o profeta Elias (Capítulo 4 e item 7 do seu livro).
Também compreendi, sem nenhuma viseira ou castração da liberdade de pensar, que, nos ensinamento dos Evangelhos, está muito claro, que João Batista e o profeta Elias foram dois seres humanos, cujos corpos foram habitados pelo mesmo espírito em sua constante caminhada à busca da perfeição.
Lendo os trechos bíblicos de Mateus 11,11 a 15; 17,9 a 13; Marcos 9,9 a 13 e Lucas 1,11 a 17, pode-se ver claramente exposto o ensinamento das vidas sucessivas ou da reencarnação. Existem os que não o vêem ou não o enxergam porque não querem, por algum motivo, com o qual está comprometido, ou estão com viseiras mesmo. A maioria aprendeu desde jovem que só havia uma vida terrena e por isso continua com sua crença sem interrogá-la, como se fosse o certo ou a verdade.
Por que em Lucas 1,17, o anjo Gabriel cita: “..., com o espírito e o poder de Elias...” e não diz: “com o Espírito e Poder de Deus”? Por que, o Senhor, Dom Frei Boaventura, citou na página 91 do seu livro o trecho de Mateus 11,14: “pois João era seu contemporâneo, e Elias “há de vir” (Mt 11,14), portanto ainda não veio”?
Por que o Senhor não citou e comentou a contradição com Mateus 17,12: “Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram”, e com Marcos 9,13: “Eu, porém, vos digo: Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como dele está escrito”? Nestes dois trechos está escrito que “Elias já veio”. Para mim, o Senhor foi tendencioso, não agiu com honestidade, e está prejudicando a descoberta da VERDADE. Ou só foi ingenuidade mesmo?
Quando estamos buscando a verdade com liberdade somos honestos e sinceros, mas quando temos outras intenções, aí escondemos, encobrimos e até ocultamos qualquer coisa, que possa mostrar a VERDADE, que já condenamos sem conhecê-la.
A sua observação, com relação ao segundo advento do Senhor Jesus (pág. 91), é realmente uma apelação digna de dó. Esse tipo de apelação é próprio dos pentecostais, que são cegos dirigidos por outros cegos ou por espertalhões mesmos, que tiram deles todo o vil metal possível, com muita esperteza mesmo, às vezes os comparo com o administrador infiel, citado em Lucas 16,1a8.
Quando o Senhor cita que o próprio João negou, que não era o profeta Elias (Jo 1,21 e pág. 92 do seu livro). Isso não vale como prova, pois ele não sabia, mas o que é, é, mesmo que não saibamos nada sobre o nosso passado remoto, guardado sob muitos segredos, selos e sete chaves. Há 20 anos atrás, eu não sabia o que hoje sei, mas isso não nega a veracidade daquilo que é, ou daquilo que sou: “Eu sou o que sou”.
9) Dos trechos de Mateus 16,13 a 17; Marcos 6,14 a 16; 8,27 a 30; Lucas 9,7 a 9 e 18 a 21, pode-se deduzir que a idéia das vidas sucessivas do espírito em evolução era de uma certa forma aceita e até já defendida naquela época, mas sem uma visão clara como era.
Orígenes, em seus trabalhos e pesquisas, compreendeu e afirmou a preexistência da alma, a salvação universal, a inferioridade do Filho em relação ao Pai, mas suas teses foram condenadas como heréticas pelos líderes, que se consideravam como os representantes legais de Deus ou os donos da VERDADE. Sempre foi assim, e foi por isso, que Jesus foi condenado a morrer na cruz, e muitos cristãos verdadeiros, enviados como profetas, foram queimados vivos pela “santa e famigerada Inquisição”.
Deus sempre enviou seus mensageiros ou profetas para auxiliarem a humanidade em sua evolução lenta e constante, mas os líderes religiosos sempre julgaram e julgam que só eles podem falar em nome de Deus. Esses líderes fizeram esquemas padronizados e legalizados para Deus, tentando bitolar as formas ou os meios para que Deus pudesse ou possa se manifestar entre os seres humanos. Caso os mensageiros ou missionários de Deus afirmassem corajosamente suas missões seriam traídos, presos, torturados, julgados, e até condenados à morte, seja na cruz, na fogueira, nas arenas romanas ou mesmo na forca.
Assim foi com os profetas, com Jesus, com os apóstolos e até com alguns santos ou não, durante o trevoso período da Inquisição. Durante a Inquisição, houve piores perseguições, torturas e crimes do que os realizados pelas polícias secretas do século XX, que nada tinham de cristãs ou não tinham nenhum compromisso com o Evangelho ou a missão de AMOR do mestre Jesus.
10) Redenção: Auto-Redenção ou Heterorredenção.
Discordo do seu ponto de vista, Dom Frei Boaventura, quando disse: “Quando se suprime a heterorredenção já não se pode falar, de modo algum, de Cristo Redentor” (pág. 13 do livro “Reencarnação”).
A missão redentora de Jesus não está baseada no sangue derramado na cruz, após um vil e traiçoeiro julgamento. Essa posição só é compreendida, quando é tomada pelos fanáticos e cegos protestantes ou pentecostais, que são cegos guiados por outros cegos. São Paulo é um dos grandes defensores da heterorredenção, mas ele tinha que ensinar como ensinou, pois foi o primeiro grande perseguidor religioso dos cristãos. São Paulo deve ter vivido terríveis dramas de consciência por causa de suas passadas perseguições aos companheiros de fé, e por isso jogou toda a “culpa do pecado” em Adão e o “crédito da redenção” em Jesus.
O julgamento e a condenação à morte de cruz do grande missionário Jesus de Nazaré foi por causa do ciúme, inveja, despeito e orgulho ferido dos líderes religiosos, que não souberam compreender, entender, amar e perdoar.
A missão redentora de Jesus está em seus ensinamentos de vida, de perdão, de amor, de fé, do servir e de libertação.
Como cada ser humano fez e faz uma “imagem e um conceito de Deus” igual a ele mesmo, temos então muitas idéias falsas e até mesquinhas sobre Deus. Por isso é que dois autores bíblicos escreveram sobre o “drama do Getsêmani”, como se fosse a vontade e até exigência de Deus. Isso é fruto de pensamentos imperfeitos ou bitolados, pois chegaram a pensar que Deus só perdoaria o gênero humano, se os próprios homens matassem o seu único Filho.
É quase a mesma idéia de um pai, que tem dois filhos e que teve um deles assassinado, e esse pai só perdoaria ao assassino, se ele matasse o seu outro filho, que estava vivo. Que imensa irracionalidade e ignorância mesmo! Que falta de compreensão e sabedoria de todos os que se intitularam e se intitulam, na terra, de representantes de Deus, o perfeito!
Mas isso aconteceu, porque os primeiros cristãos não tinham como explicar por que “DEUS” permitiu ou deixou que Jesus morresse na cruz. Então passaram a defender que foi a vontade ou até uma exigência de Deus, já que o homem não tinha como pedir perdão de sua imensa culpa, que foi a desobediência do ignorante e ingênuo Adão.
Nos Evangelhos, vemos o ensino da auto-redenção, como se segue:
- Parábola dos Talentos (Mt 25, 14 a 30). Ganham aqueles que trabalharam; isso é merecimento, após o trabalho e a dedicação.
- Parábola das Minas (Lc 19, 11 a 27). Será colocado sobre muito aquele, que foi fiel no pouco. São necessários o esforço próprio e a fidelidade.
- Julgamento Final (Mt 25, 31 a 46). São convidados para entrarem e tomarem posse do Reino dos Céus aqueles que visitaram, vestiram, alimentaram, ajudaram e deram de beber; isto é prêmio, conquista e auto-redenção.
- Parábola das Virgens (Mt 25, 1 a 13). Entraram para as bodas as virgens que possuíam azeite em suas lâmpadas; isto é merecimento e obra própria.
- Aquele que crê, será salvo (Mc 16,16a; Jo 3,15). É necessário “crer”.
- Os que têm puro o coração verão a Deus (Mt 5,8). É necessário ter puro o coração, então é um esforço próprio, e não uma heterorredenção.
- Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,30 a 37). Quem amou o próximo foi o samaritano, e Jesus disse: “Vai, e também tu faze o mesmo”. Isto é auto-redenção.
- Os Servos Vigilantes (Lc 12,35 a 40). É necessário vigiar e orar; isso é auto-redenção.
- O Fariseu e o Publicano (Lc 18,9 a 14). É necessário humilhar-se, e não ser orgulhoso, vaidoso e prepotente. Isso é algo, que representa esforço próprio.
- “Disse, então, Jesus: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”” (Jo 8,11). É necessário não pecar mais e buscar o aperfeiçoamento.
- Amai-vos uns aos outros como eu vos amei (Jo 15,12). É necessário por em prática o mandamento do amor.
- “Isto vos mando: amai-vos uns aos outros” (Jo 15,17). Jesus ensinou o caminho da auto-redenção.
- A Eficácia da Oração (Mt 7,7 a 11 e Lc 11,9 a 13). É necessário pedir, buscar, bater e isso é ação, é auto-redenção.
- Perdão das Ofensas (Mt 18,22). Perdoar sempre: “Jesus respondeu-lhe: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes””. É necessário perdoar; isto é esforço próprio.
- Parábola do Devedor Implacável (Mt 18,23 a 35). É necessário perdoar, e só perdoa quem foi ofendido. Quem se ofende ainda não é perfeito, mas está se aperfeiçoando.
- E perdoa-nos as nossas dívidas, como também nós perdoamos aos nossos devedores (Mt 6,12). É necessário perdoar.
Só não aceita a auto-redenção quem não quer ver e entender, ou tem outros compromissos, que não são com a plenitude da VERDADE, ou mesmo tem a consciência pesada... E só vê a possibilidade da salvação no sacrifício e no sangue de Jesus, já realizado pela heterorredenção. E quem pensa assim tem que aplaudir e agradecer muito mesmo aos responsáveis por todo o drama vivido por Jesus e por todos os crimes cometidos contra ele, culminando com a morte de Jesus na cruz.
11) O Dogma da Eternidade do Inferno: As Penas Eternas (páginas 77 a 82 do seu livro: “Reencarnação”).
Hoje defino um dogma assim: “É a forma encontrada por aqueles, que mandam e sabem menos, imporem a vontade deles”. Realmente quase todos aqueles, que tiveram a ousadia ou o “crime” de pensarem livremente e chegaram a conclusões um pouco diferente dos conceitos dos líderes, foram excomungados, torturados, julgados e até queimados vivos. Assim foi realmente impossível de se aproximar um pouco mais da VERDADE, que liberta, já que muitos líderes religiosos estiveram mais atrás das coisas de César do que das coisas de Deus.
Sobre os meus comentários dos livros, que compõem a Bíblia Sagrada, vou enviar-lhe as 4 cartas, que escrevi para o teólogo, o Padre João Batista Libânio. As duas últimas cartas ainda estão sem respostas e por que será? Quem sabe o Senhor, Dom Boaventura, poderia respondê-las para mim e, automaticamente, para todos aqueles que buscam livremente a VERDADE?
A defesa da eternidade das penas é algo, que destrói a plenitude da perfeição da Divindade. Por maiores que sejam os erros humanos ou mesmo os crimes durante uma vida de no máximo 100 anos, as penas ou o castigo são imensamente maiores, já que são eternos. Também restringe o poder da onipresença de Deus, pois haverá lugares ou espíritos que não poderão sentir a presença de Deus. Deus, também, não possuiria a capacidade da plena reconciliação, ou mesmo do infinito perdão.
Se um só ser humano se perder, Deus fracassaria no seu plano de criação, incluindo a criação do homem. Teilhard de Chardin disse: “Perdoe-me, oh Deus, mas para mim ninguém irá para o inferno”. Para mim, essa maneira de expressar do teólogo e Padre Teilhard de Chardin foi uma forma muito humilde e sábia de condenar a idéia do Inferno Eterno, mostrando assim o erro ou o sofisma de quem o defende.
Nos três trechos a seguir, se vê claro que, após o pagamento da dívida, haverá a libertação:
- “Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” (Mt 5,26).
- “Assim, encolerizado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a sua dívida” (Mt 18,34).
- “Com efeito, enquanto te diriges com o teu adversário em busca do magistrado, esforça-te por entrar em acordo com ele no caminho, para que ele não te arraste perante o juiz, o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Eu te digo, não sairás de lá antes de pagares o último centavo” (Lc 12,58 e 59).
Defender ou justificar a eternidade das penas utilizando-se do “Catecismo da Igreja Católica”, como está escrito na pág. 78 do seu livro (números 1.033 a 1.037 do CIC), é de uma infantilidade ou ineficácia muito grande. É a mesma coisa de negar a eternidade das penas, utilizando-se de obras que a negam. Em muitos casos estas estão mais de acordo com a Bíblia do que aquelas.
12) Brian L. Weiss.
Sobre suas referências feitas ao psiquiatra norte-americano Brian L. Weiss (pág. 118 de “Reencarnação”), parece que vem de alguém, que não leu as obras dele. Você escreveu: “E sobre as atuais façanhas oportunistas do médico norte-americano Brian L. Weiss”, esta redação só pôde ou pode vir de quem ouviu falar, mas nada sabe do próprio assunto. O Dr. Brian é um médico e famoso psiquiatra, que expôs em seus livros suas experiências práticas de consultório: “Contra fatos não há argumentos”. É interessante observar, ainda, que ele era um médico estudioso e pesquisador de cérebro, um cientista mesmo, era materialista, e depois se tornou espiritualista e adepto das vidas sucessivas. Ele chegou a se convencer da reencarnação pela lógica do raciocínio e pela liberdade no ato de pensar, encontrando a verdade libertadora, como está exposto em seus livros. Ele pôs em jogo todo o seu prestígio, já adquirido e conquistado com muito esforço. Isso não se pode apenas negar, e como foi negado por um mestre, como o Senhor o é. Tudo isso é surpreendente e muito estranho mesmo!
Dizer que a terapia de vidas passadas é desprezada pelos psiquiatras, e que a regressão não foi aceita pelo Conselho Federal de Psicologia, não prova nada, pois muitos psiquiatras e psicólogos são materialistas, não acreditando, pois, nem em Deus.
Já ouvi as seguintes frases de alguns destes profissionais da mente:
- “Até Jesus tinha problemas mentais, é por isso que ele fazia milagres”.
- “Nós não nos interessamos por religião. Nós somos como a FIFA, qualquer país, que for o campeão mundial de futebol, está ótimo”.
- “A Psicologia acaba com os traumas religiosos”.
- “O Frei X, se salvou porque estudou psicologia, e, o Frei Y, se complicou, porque foi estudar religião. Religião não resolve os dramas da vida. O Frei Y está esquizofrênico”. (Esta veio de um analista Padre, o que é mais lamentável ainda).
O Senhor já ouviu falar sobre a Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada, que é formada por um grupo de médicos e psicólogos? A SBTVP tem sede em Capinas, SP. Seus dirigentes são catedráticos da UNICAMP, com centenas de adeptos ou admiradores em todo o Brasil. Existe também o INTVPA, Instituto Nacional de Terapia de Vida Passada, com sede no Rio de Janeiro, RJ. Na Europa e USA a TVP está bem na frente do que no Brasil, contando com renomados psiquiatras e psicólogos, como Netherton Morris (USA), Thorwald Dethlefsen (da Universidade de Munique), Joel L. Witton (da Universidade de Toronto).
O interessante é ver a mudança ocorrida com o já famoso Dr. Brian. O Dr. Psiquiatra Brian L. W. não tomou a decisão de negar apenas por negar, mas foi atrás da VERDADE e a encontrou. Veja os 4 livros dele, já publicados no Brasil e todos foram “best seller”.
Hoje já existem muitos profissionais da mente, que utilizam da “Terapia de Vidas Passadas”. Só não a aceitam aqueles, que a negam por ignorância, preconceito, conveniência religiosa ou própria mesmo, já que para estes tudo depende do negar, sem saber o que negam, mas negam.
13) O Argumento Psicológico.
Com relação a este capítulo do seu livro, quero fazer algumas observações, e nestas não se pode esquecer do “inconsciente”. O Senhor, Dom Frei Boaventura, já entende o “inconsciente”, e sabe explicar claramente o que ele é? Como ele age?
O inconsciente é “algo”, que deu e dá muita dor de cabeça para quem tenta decifrá-lo, sem ter a capacidade para isso. Essa capacidade só é adquirida com um profundo e claro conhecimento e domínio da matemática, que nos ajuda a ter um raciocínio claro, conciso e exato. Existem muitos nomes técnicos para se referir ao “inconsciente”, como: subconsciente, superconsciente, superego, Eu Superior, eu inferior, ego, id e até mesmo inconsciente.
Para mim tudo é fruto de quem não compreendeu, mas quis mostrar que entendeu, já que se apresentava como o “mestre” do assunto. O próprio hipnotismo é explicado pelo conhecimento profundo da mente, que é um somatório do consciente com o inconsciente individual e coletivo. O inconsciente coletivo é o maior conjunto cósmico possível. Temos que aprender a identificar os efeitos ou ações e reações originadas no “inconsciente individual” e separá-los dos que vêm do “inconsciente coletivo”. Para fazer essa diferenciação utilizo de um método, que denominei de “Terapia do Espelho”, que está baseada nos ensinamentos evangélicos, como: “porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração” (Lc 6,45) e “Mas o que sai da boca procede do coração e é isto que torna o homem impuro” (Mt 15,18).
Qualquer analista materialista não conseguirá separar o joio do trigo ou o que se origina no “inconsciente individual” do que vêm do “inconsciente coletivo”, pois, por princípio, o materialista nega a existência de Deus e do mundo espiritual. Para esse profissional da mente humana tudo vem da mente ou pertence unicamente a ela. No imenso conjunto cósmico do “inconsciente coletivo” está incluído tudo, seja material ou espiritual.
O grande teólogo e parapsicólogo Padre Oscar Gonzalez Quevedo escreveu os livros: “A Face Oculta da Mente” e “As Forças Físicas da Mente”, este em dois volumes. Para quem quiser aprender algo sobre a “mente consciente” esses livros são ótimos e fantásticos mesmos, são uma obra prima; mas se quiser aprender alguma coisa sobre “mente inconsciente”, então não perca tempo em lê-los, pois para esse aspecto não valem nada mesmo. O autor não explica nada sobre “o inconsciente”, e então nada sabe ou só deseja enganar, só lança mais confusão e sofisma sobre este assunto. O objetivo dele é chamar outros de enganadores, e dizer que tudo, o que fazem, é com fraude. Ele estudou mágica para provar e enganar a ele mesmo, que os outros enganam. O maior enganador e enganado é ele mesmo, pois ele, quando não pode mostrar os fatos, faz mágica.
Tive um diálogo com o meu ex-Padre mestre, e falávamos desses assuntos. Ele tentou me explicar, mostrar e convencer-me de que a parapsicologia explicava tudo pela paranormalidade, e que nada havia de sobrenaturalidade para os casos, que eu estava falando com ele. Aí respondi para ele que, para mim, sobrenaturalidade e paranormalidade são sinônimos.
Sobrenaturalidade ou sobrenatural são conceitos criados por padres, para falar de Deus e das manifestações da presença de Deus em nosso meio. Então é algo sobre o natural ou além do natural. Paranormalidade ou paranormal são palavras ou conceitos criados por técnicos para exprimirem aquilo, que está além do normal ou da normalidade. No fundo é a mesma coisa ou idéia, só que aqui foi eliminada qualquer possibilidade da manifestação da presença de Deus ou da Divindade, mas não deixa de ser sobre o natural.
Após a minha defesa, o meu ex-Padre mestre silenciou-se, refugiando-se na inexpugnável fortaleza do silêncio, onde todas as portas e entradas são fechadas com chaves de ouro, muitos segredos e selos. O Senhor já leu o livro “O Código da Bíblia”?
Com referência ao que foi escrito na página 121, fiquei decepcionado com os dois nomes citados: o Dr. Antônio da Silva Mello e o Senhor Schopenhauer. Li e reli algumas vezes para entender bem o que eles disseram sobre a matemática, os números e os cálculos, como está escrito: “Em relação aos prodígios de cálculo, é preciso considerar que o mecanismo de tais operações deve ser extremamente simples, pois as próprias máquinas de calcular podem realizá-los sem qualquer raciocínio” (Silva Mello) e “Já Schopenhauer havia afirmado que a atividade mental mais baixa era aritmética, pois é a única que pode ser executada por meio de máquinas”. Fiquei chocado com a grande falta de entendimento e sabedoria dos mestres, incluindo o Senhor, que os elogiou. Comparo isso aqui com o Nicodemos, que foi conversar com Jesus à noite e por que à noite? Para tudo ficar às ocultas? (João capítulo 3).
Não sei por que o Senhor citou estes trechos? Mas se o fez, é porque concorda com os autores. Para mim, qualquer pensador, filósofo, estudioso, cientista ou teólogo, ficará perdido no labirinto mental, que foi e é criado pela sua própria mente, e não encontrará a VERDADE, que a tudo explica e de tudo liberta também, se não for um profundo matemático e um dominador dos segredos das ciências exatas. Consegui unir os estudos filosóficos e teológicos com a matemática, que, para mim, é a mãe de todas as ciências, e, que nos dá uma capacidade de pensamentos e raciocínios exatos.
Pitágoras, Platão e o Livro da Sabedoria da Bíblia dizem acertadamente que, ao criar o mundo, Deus usou de números. Einstein disse: “Do mundo dos fatos não se vai ao mundo dos valores (matemáticos)”. Os computadores hoje fazem cálculos, que jamais o homem poderá fazer com tamanha certeza e rapidez. Além do mais, Schopenhauer era um ardoroso defensor da reencarnação (veja o livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, de José Reis Chaves, Editora Martin Claret, SP).
As máquinas e os computadores, que podem fazer cálculos, foram criados pelas mentes humanas que tiveram o domínio absoluto dos mesmos. Tudo isso prova e comprova a evolução da capacidade mental do ser humano, já que tudo que existe foi pensado antes por alguma mente, chegando até à mente de Deus, que iniciou a criação. Já existem computadores que venceram o campeão mundial de xadrez. Isso não diminuiu o valor ou a capacidade do campeão, mas mostra a evolução do próprio ser humano, já que construiu uma máquina quase perfeita. Neste caso a máquina quase pensa, já que decide o que fazer utilizando-se dos cálculos exatos, que não permitem erros ou mesmo sofismas.
Se uma máquina, que não pensa, faz isso com tanta precisão e exatidão, o que poderá então fazer uma “mente”, que descobriu e dominou todos os segredos da matemática?
14) O Argumento Histórico.
Gostei das suas observações, tentando derrubar os argumentos históricos. Realmente o conhecimento e aceitação da reencarnação, como são vista e ensinada hoje, não podem ser muito antigos, pois isso seria negar a própria evolução do conhecimento em geral. Até o século XIX, no lugar de reencarnação, usava-se a palavra renascimento, tanto no Oriente, como no Ocidente. À medida que os espíritos, encarnados ou não, vão evoluindo, vão aprendendo cada vez mais, e também vão se libertando dos princípios bitoladores da liberdade de pensar, aproximando-se da perfeição (Mt 5,48).
A teoria das vidas sucessivas foi aceita por alguns mestres e filósofos gregos, no Egito e no Oriente, por mais ou menos 7 séculos antes de Jesus, como está escrito em seu livro. Isso é ótimo, pois prova a própria evolução, que é uma das idéias defendidas pelos reencarnacionistas ou evolucionistas.
A ignorância completa das vidas sucessivas na Roma pagã não prova nada a favor e nem contra, já que da Roma pagã e materialista vieram os maiores perseguidores do cristianismo nascente, que se tornou vitorioso, transformando-se na religião oficial do Império Romano. Aí foi o momento, que as “trevas” tentaram enrolar, ou mesmo, enganar e destruir a “LUZ”. Como eram perseguidores dos cristãos, receberam ajuda dos mesmos, e juntos passaram a perseguir todas as outras crenças contrárias ao cristianismo, defendido pelo Papado em Roma: “Com este sinal vencerás”. O sinal era uma cruz, vista, no céu e toda iluminada, por um grande comandante e guerreiro romano, Constantino, o Grande.
Outro aspecto interessante é observar que o cristianismo, com toda a sua beleza de doutrina, baseada no perdão e amor, que dominou o Ocidente, não conseguiu penetrar nos redutos reencarnacionistas do Oriente. Por quê? Será que foi uma falha de conquista e dominação dos cristãos ou falta de amor e sabedoria, conforme nos ensinou Jesus?
Hoje, como está escrito na contra capa do seu livro, 30% da população brasileira acreditam na reencarnação, e isso após muito pouco tempo de divulgação. Segundo estatísticas mais recentes, essa porcentagem é bem superior. Em Belo Horizonte, 63% dos católicos crêem na reencarnação, conforme pesquisa feita pelo Instituto Galup (Vide Jornal Opinião da Arquidiocese de Belo Horizonte de 08/06/1994).
Antes era ensinado pelos defensores e adeptos do Papado de Roma, que tudo aquilo, que não viesse do Papa, estava errado, e ainda era coisa do Diabo, causando imenso terror com relação às penas eternas nos “caldeirões terrivelmente quentes e no fogo, que nunca se apaga”. Mas os que condenavam a morrer nas fogueiras, após terríveis torturas, tinham pleno apoio de Roma!
Por que os “pentecostais” só convertem para as suas denominações só as pessoas mais ignorantes do catolicismo, mas não conseguem converter os kardecistas? Por que as pessoas mais estudadas e preparadas, quando não estão satisfeitas com o catolicismo, vão para os meios kardecistas? Eu continuo sendo católico e só “católico” (universal, como no princípio do cristianismo) e católico mesmo!
Hoje já existem livros, defendendo a reencarnação, de autores católicos. Isso significa que esses autores não abandonaram o catolicismo. Entre esses, incluo o autor do livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, mesmo que o grande teólogo e parapsicólogo Padre Oscar G. Quevedo o chamou de “um livro nojento”. Para mim, a observação do Padre O. G. Quevedo, com suas posições ortodoxas e visões míopes, foi um grande elogio para o livro citado. Vide a carta de 04/12/1997, que enviei para o Padre Oscar Gonzalez Quevedo em defesa do autor, que foi chamado de “falsário”.
Por que o Papado, que representa a Igreja, sempre chega por último? É medo de errar, já que foi aceito o “dogma da infalibilidade”? E os erros do passado, como ficam? Não servem de lição para que todos entendam que Deus é o Pai de todos? Que Deus é perfeito, pleno de amor e sabedoria? Creio que evoluir em pensamento ou mudar de idéias é próprio de quem é inteligente, humilde e sábio, mas ainda está buscando a perfeição e a VERDADE ABSOLUTA. Veja que o Papa João Paulo II está pedindo perdão dos erros do passado, isso já é um grande passo, mas como tudo isso fica perante Deus e a consciência dos próprios católicos? E a situação das vítimas, como fica? Tomar a atitude de apenas pedir perdão e deixar tudo para lá, como coisas do passado, não resolve nada. Temos que ir em busca da VERDADE ABSOLUTA.
Desejo que o Espírito Santo o ilumine nesta atual situação, pois Ele já me iluminou, para que chegasse a esta minha atual compreensão da missão salvífica de Cristo.
Um grande abraço de um irmão em Cristo, que também desejou seguir as pegadas de São Francisco de Assis como frade, mas as sigo como um ser humano religioso, que foi educado conforme os ensinamentos da “Igreja Católica Apostólica Romana” e no “trigo do catolicismo”. Rosário Américo de Resende.

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