quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Teologia da Libertação - artigos publicados no jornal O TEMPO.

A Teologia da Libertação tem como base os ensinamentos evoluídos do Evangelho de Jesus, pois cada ser humano sempre deseja a liberdade e agir como um ser completamente livre. E está escrito: "Conhecereis a verade e a verdade vos libertará" (João 8,32). 

165 - Teologia da Libertação - publicado em 27/02/2007. Parabéns ao teólogo J. B. Libânio pelo artigo: “Perspectivas históricas” (Opinião 25/02). É muito bom ler os artigos deste teólogo, que é um pensador cristão e liberal e que também foi um dos defensores da Teologia da Libertação. Esta foi um dos bons frutos do Concílio do Vaticano II, mas que foi considerada como heresia por membros ultraconservadores da Igreja Católica, que já dominaram quase toda a sua cúpula hierárquica. Estes, após a morte do papa Paulo VI, conseguiram tirar todos os defensores da T. L. de posições de destaque dentro da ICAR no Brasil. Esqueceram que Jesus ensinou: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Precisamos de líderes responsáveis, que constroem povos livres, e não líderes populistas, que enganam aos seus eleitores com migalhas do PIB. Os líderes, inclusive os religiosos, da América Latina têm que assumirem a responsabilidade de darem vida e liberdade aos seus povos e não ficarem aumentando seus patrimônios privados e fazendo aquilo, que ajuda aos banqueiros e aos povos dos países do primeiro mundo, pois depositam lá os “reais”, que são frutos de seus atos ilegais ou corruptos. Os principais e brilhantes pensadores europeus entenderam, após o fim da 2ª Grande Guerra, que a proteção deles contra o comunismo ateu não podia ficar sob o controle dos norte-americanos, mas teria que ser da união de todos os países do Leste Europeu. Eles idealizaram a União Européia e até uma circulação de uma moeda única, mas sabiam das dificuldades futuras e não desistiram. Hoje a U.E. e o Euro, meio século depois, são realidades presentes e de sucesso. Eis ai o caminho do sucesso para os povos da América Latina: a união de todos para o bem de todos. Temos de deixar de sermos meros exportadores de matérias primas, que enriquecem cada vez mais àqueles, que já levaram o ouro e muitas outras preciosidades do solo da América do Sul para subvencionar vidas de reis e príncipes, e guerras fratricidas, que nunca dão vidas dignas a ninguém. Rosário Américo de Resende. B.Hte. 25/02/2007. 

173 - Teologia da Libertação - publicado em 23/05/2007. O papa Bento XVI, ainda como o cardeal Joseph Ratzinger, foi o conselheiro do papa João Paulo II para a condenação da Teologia da Libertação como uma das heresias dos tempos modernos. Esta condenação foi fruto de mentes brilhantes, que confundiram a T.L. como uma das obras do marxismo ateu. Este, sim, foi uma das obras das trevas, que surgiram no século XX, pois, apesar de usurpar o nome de comunismo do cristianismo nascente, foi um dos sistemas de governo mais totalitário de todas as épocas. Os regimes comunistas só permaneceram ativos em vários países e por muitos anos, porque seus defensores não davam nenhum valor à vida e, após conquistarem o poder pelo uso das armas, matavam todos os que lhes eram contrários. Os agentes comunistas tinham o seguinte lema: “Matar para não morrer” ou “Matar ou morrer”, pois tinham que tomar dos outros aquilo que eles não tinham, até o poder. Este processo colocava as pessoas em estado de completa irracionalidade para com os princípios do Evangelho. A Teologia da Libertação tem suas bases nos ensinamentos mais puros e elevados de Jesus, como: “Não te admires de eu te haver tido: deveis nascer do alto. Em verdade, em verdade, te digo: falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos” (João 3,7 e 11). “Nem eu te condeno. Vai, e de agora e, diante, não peques mais” (João 8,11). “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8,32). “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas” (João 10,10 e 11). “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra e os puros de coração porque verão a Deus” (Mateus 5, 4 e 8). Quem condenou a T.L. como heresia teve uma visão exotérica do assunto e quem a defende já possui uma visão esotérica da mesma, pois é realmente uma teologia de libertação e não de castração. E ninguém consegue toda esta libertação interior se não nascer de novo. Rosário Américo de Resende. Belo Horizonte, 12/05/2007. 

177 - Teologia da Libertação - publicado em 16/07/2007. A Teologia da Libertação, que foi condenada como heresia pelo cardeal Joseph Ratzinger e agora o papa Bento XVI, é a base fundamental dos ensinamentos de Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 8,32 e 10,10). Todos os seres humanos estão em busca da verdade e da paz, mas para conseguirmos estes objetivos temos que conquistar a sabedoria e a perfeição: “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). E assim vamos compreendendo cada vez mais quem somos nós e quem é Deus. Deus quer o bem de todos. Durante séculos e até milênios os teólogos e exegetas bíblicos ensinaram que a Bíblia era a palavra de Deus e que tudo na Bíblia tinha a aprovação de Deus. Estes esqueceram e ainda esquecem que Deus respeita plenamente a liberdade de todos e assim temos toda a liberdade de agir ou não agir. A condenação da TL como heresia, foi fruto de mentes brilhantes, que a confundiram com as teorias do marxismo ateu. Este sim foi um trabalho das trevas, pois fez tudo ao contrário dos ensinamentos libertadores do Cristo. Quem condenou a T.L. como heresia teve uma visão exotérica do assunto e quem a defende já possui uma visão esotérica da mesma, pois é realmente uma teologia de libertação e não de castração. E ninguém consegue toda esta libertação interior se não nascer de novo e assim estaremos em condições de trabalhar para que haja um só pastor e um só rebanho. E para este trabalho não podemos impor as nossas crenças às crenças dos outros e dizer que só nós estamos corretos, enquanto os outros estão errados, como está fazendo o papa Bento XVI. Rosário Américo de Resende, ex-professor da UFMG. Belo Horizonte, 11/07/2007.

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