quinta-feira, 6 de agosto de 2020

A Teologia da Verdade - I -Deus

I - Deus.

Deus é o Espírito Incriado e o primeiro Criador, que deu o início à criação do nada absoluto. Deus não é o único Criador, pois não guardou o segredo de criar só para Ele, pois isso nunca seria perfeito ou divino, mas um ato bem egoísta.  

Deus é o Espírito (Jo 4,24) perfeito (Mt 5,48), bom (Mt 19,17; Mc 10,18 e Lc 18,19) e puro (Mt 5,8), que ama imensamente a todos. Deus é Único (Dt 6,4), Uno e não trino, como foi imposto pelo dogma da Santíssima Trindade. Deus não faz acepção de pessoas (Dt 10, 17; At 10,34 e Tg 2, 9). Deus trata a todos, maus e bons, justos e injustos de uma forma igual (Mt 5,45).

O mesmo ensinamento está na parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1 a 15). Essa parábola demonstra uma grande injustiça conforme os parâmetros humanos, mas Deus com uma infinita bondade, sabedoria e perfeição, trata a todos de uma forma plenamente igual. Toda vez que lia essa parábola ou ouvia explicações sobre a mesma sempre vinha à minha mente esses pensamentos: “Onde estavam os trabalhadores, que só chegaram ao local para serem contratados na undécima hora? Estes seres humanos eram preguiçosos ou omissos e só foram para o local da contração na última hora, apenas para terem a desculpa de que não trabalharam porque não foram contratados! Os que trabalharam apenas uma hora receberam igual aos que trabalharam 12 horas e isso nunca foi e nem é justo!” É por isso que digo que o termo justo não é adequado para fazer referência a Deus por causa de sua infinita bondade.

Também está profetizado no Apocalipse, que no futuro, todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, irão ser tratados da mesma forma (Ap 13,16).

Quem fala em mistério, referindo-se a Deus, é porque ainda não conhece a Verdade sobre Deus e se satisfaz com o mistério em torno de Deus. Deus não faz opção ou acepção de pessoas e trata a todos de uma forma plenamente igual (Mt 5,45 e 20,1 a 15).

Deus, antes de iniciar a criação, planejou tudo, respeitando plenamente a liberdade de todos, até daqueles, que iriam fazer planos contrários ao plano dele, mas que nunca seriam completamente realizados, pois ninguém pode complicar o plano de Deus. No plano de Deus está incluso, como objetivo primordial, que todos irão ser perfeitos e puros no futuro; isto é: todos irão alcançar a salvação, então não existem as penas eternas. Veja que após o pagamento de toda a dívida o homem e ou o espírito fica livre (Mt 5,26 e 18,34).

Deus é onisciente e onipotente, ele dirige tudo no Cosmo, mas respeita plenamente a liberdade e a vontade de todos. Deus tem sabedoria e bondade infinitas. Quando chega o momento exato Deus aproxima e liberta um SER HUMANO de tudo o que o prende e bitola a sua liberdade plena e absoluta, e até de pensar, como é a base da Teologia Dogmática. O SER para se libertar tem que ter tido o nascimento do alto (Jo 3,3 e 7), pois só assim fica em condições de entender a Verdade, que liberta (Jo 8,32). Após ter vivido o nascimento do alto, o ser fica em condições de receber o batismo pelo Espírito e pelo fogo (Mt 3,11 e Atos 1,5) e assim se prepara para receber as revelações do próprio Espírito de Deus. Realmente só Deus sabe a hora certa (Mt 24,36 e Mc 13,32) para agir em função da evolução planetária e ou cósmica. As revelações, depois de analisadas e muito bem compreendidas, serão divulgadas para todos, mas apenas poucos estavam ou estarão em condições de compreender e aceitar as revelações, que foram ou vão sendo recebidas. Foi por isso que Jesus foi condenado à morte como um blasfemo (Mt 26,65 e 66).      

O Deus do Antigo Testamento nos foi e ainda é apresentado com os mais vis erros dos tiranos humanos, fazendo promessas de conquistas de terras de outros (Ex 3,8); destruição dos inimigos (Ex 7 a 12 e 14); condenação ao anátema dos povos da Palestina (Js 5,13 ao cap. 12); vingança contra os descendentes de inimigos do passado (1Sm 15, 1 a 3) e muitos outros relatos vis e mesquinhos. E, para os teólogos cristãos, o Deus do Novo Testamento só perdoou o “pecado” da desobediência de Adão e Eva depois de ver o sangue de Jesus derramado na cruz (Mt 26,36 a 46 e 27,27 a 50). Essas atitudes não foram e nunca serão atitudes de um ser perfeito, bom e sábio.

DEUS é o ETERNO PRESENTE. O verdadeiro libertador de todos os ensinamentos sofistas é o próprio SER, o “Eu Sou”, que cada um é e que pode ter ou não o auxílio direto do Espírito de Deus, que lhe revela a Verdade no instante adequado para aquele momento planetário ou cósmico. A Verdade só será revelada quando o profeta já estiver preparado. O profeta, após receber e compreender a Verdade revelada, então a transfere aos outros e cada um a absorve conforme as suas condições evolutivas. Sabe-se que a maioria quase absoluta dos líderes religiosos (cito aqui apenas os membros da hierarquia da ICAR) não aceita novas Verdades reveladas, em função dos princípios ensinados como “dogmas”. Todos os dogmas são indiscutíveis, apesar de terem sido criados para pôr um término sobre discussões sem soluções entre os teólogos ou grupo de teólogos.

Ninguém pode esquecer que a “omissão” foi ensinada como uma forma de pecado, então todos aqueles que silenciam em torno de novas ideias, estão sendo omissos, mesmo que sejam ideias contrárias à sua crença.     

Deus se revela sim, mas também existem as revelações de outros espíritos. O problema então fica na condição e na capacidade de diferenciar as revelações por aquele, que as recebe da Espiritualidade. As revelações de Deus acontecem, mas só quando chegam as horas certas e também quando os profetas já estejam adequadamente preparados para aquele momento planetário ou cósmico. Só Deus sabe a hora certa de se revelar (Mt 24,36 e Mc 13,32) e também de revelar as verdades verdadeiras.

Quem defende que Deus desejou ou deseja ser cultuado ou adorado, ainda não sabe quem é o próprio Deus. O culto e a adoração a Deus põem em destaque os líderes religiosos como representantes de Deus, mas Deus mesmo não exige e nem deseja ser cultuado ou adorado. O desejo de ser adorado e cultuado é próprio de espíritos criados, que ainda possuem desejos egoístas e tirânicos, e, que ainda não conquistaram a verdadeira humildade advinda da sabedoria, que também deve ser conquistada por todos, que foram criados.

Quem falou para o profeta Samuel para destruir o Amalec e o povo dele não foi o Espírito Deus, mas um espírito desejoso de vingança para com os amalecitas (1Sm 15,1 a 3), em função do que aconteceu antes (Ex 17, 8 a 17), quando houve uma batalha entre os israelitas e os amalecitas com a vitória dos israelitas, que receberam o auxílio de Iahweh. A ordem de vingança foi registrada no Deuteronômio 25,17 a 19: “Lembra-te do que Amalec te fez no caminho, quando saístes do Egito: ele veio ao teu encontro no caminho, quando estavas cansado e extenuado e, pela tua retaguarda, sem temer a Deus, atacou a todos os desfalecidos que iam atrás. Quando Iahweh teu Deus te der sossego de todos os inimigos que te cercam, na terra que Iahweh teu Deus te dará para que a possuas como herança, deverá apagar a memória de Amalec de sob o céu. Não te esqueças!”.

Quem apareceu para o profeta Isaías (Is 6,1) não foi o Espírito de Deus, mas o espírito do rei Ozias, que tinha acabado de se libertar do corpo de carne (tinha falecido).   

Mistério da Trindade - Quem começou a defender esse mistério foram pessoas com conhecimentos incipientes sobre a bondade e perfeição de Deus e o mistério para eles, após ser imposto como dogma, foi aceito como algo definitivo e por isso o mistério permaneceu como mistério por muitos séculos.

Nos primeiros séculos do cristianismo existiram grupos rivais e participantes de um grupo eliminavam membros de outros.

A maior divergência foi sobre a identificação da pessoa de Jesus. Vou citar aqui alguns destes grupos rivais: cerintianos, elcasaístas, adocionistas, ebionitas, docetistas, gnósticos, marcionistas, sabelianistas, montanistas, donatistas, arianistas, marcedonianistas e outras.

Os teólogos confundiram o sistema da procriação humana, que é realizada por meio da união sexual de um homem com uma mulher e assim nasce um filho ou uma filha, com a criação de Deus e criaram o dogma do Deus Uno e Trino. Mas, como toda ignorância chega ao fim, esse mistério também teve o seu fim, pois o próprio Espírito de Deus deu a revelação explicativa do mistério criado pelos teólogos. Deus é apenas a 1ª pessoa do Mistério da Santíssima Trindade criado pelos teólogos católicos ou cristãos no século IV da Era Cristã. Deus é Único (Dt 6,4). (Vide a explicação na 3ª carta para o bispo Dom Célio de Oliveira Goulart, que foi complementada pela carta para o Dr. Carlos Magno Ramos (2)).

Veja este texto da 3ª carta para o bispo Dom Célio (2):

Em 24/08/1983, recebi a explicação do mistério da Santíssima Trindade, e vou expor aqui o que consegui escrever naquele dia, apesar da grande emoção sentida:

- ‘O Pai cria os seus filhos ignorantes. Tudo que o “Pai” criou, cria e criará é puro e santo. Pelas encarnações, que são experiências em corpos de carne, e pelo livre-arbítrio, eles, os filhos e filhas de Deus, evoluem, buscando a sabedoria e a perfeição. A meta das criaturas materializadas ou vivendo na matéria, desde o reino mineral até aos homens, representando o “Deus-Filho”, é serem espíritos puros ou anjos.

Os espíritos desencarnados ou almas, libertas dos corpos de carne ou da matéria bruta, representam o “Deus-Espírito-Santo”.

Deus-Pai é o Pai de todos os filhos e filhas encarnados, que vivem na matéria e desencarnados, que estão livres da matéria bruta. Igual ao “Pai” ninguém poderá ser, pois o “Pai” não teve princípio e nem terá fim, mas nós fomos criados à sua imagem e semelhança.

No processo de evolução, que é a busca da sabedoria, os filhos e filhas de Deus passam por vidas sucessivas e estas podem ser sofredoras ou alegres, dependendo dos carmas a se pagarem: colhe-se aquilo que se semeia. Quando o processo de desenvolvimento estiver bem evoluído ou adiantado, não é mais necessária a encarnação em corpos de carne, e essa só ocorre em casos de missão e auxílio aos irmãos em evolução: “amor sublime para com todos, e fidelidade plena a Deus”.

O “Pai” dirige tudo, e só Ele sabe o que acontece com cada filho, mas Ele precisa da nossa aceitação e ação, para poder intervir na evolução da sua criação.

O juiz de tudo é: primeiro, o próprio filho, que saberá se cumpriu bem ou não a sua missão, pelo remorso ou pela paz interior; segundo, os outros, mas não podemos julgar nossos irmãos.

Os filhos, no plano espiritual, estabelecem as metas a serem cumpridas nas próximas vidas, ou aceitam as decisões e tarefas dos mais sábios, quando não podem ainda optar, pois são novos, ou possuem pesados carmas a serem pagos’.

Tem-se aqui a explicação do Mistério da Santíssima Trindade:

“Um só Deus, em três pessoas distintas: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo”. Então a ideia de Deus aqui se refere ao “Todo”, como está claro na exposição anterior. Deus-Pai, o Espírito Incriado, não é o “Todo”, e nem está no “Todo”, mas é parte deste “Todo”. O que chamo de Deus é apenas o Pai.

Em todas as correntes filosóficas sobre Deus existem verdades e sofismas. O mistério foi a saída ou fuga dos estudiosos, teólogos ou não, pois não queriam se humilhar dizendo que não sabiam como explicar fatos e acontecimentos ainda inexplicáveis por causa da condição evolutiva do próprio Planeta Terra ou do gênero humano.

Somando os meus conhecimentos teológicos, matemáticos e filosóficos, digo:

1)  Deus-Pai é comparado com a figura da reta. Todo matemático sabe que uma reta não tem início e nem fim. Deus não teve início e não terá fim.  Uma reta é construída por uma sequência infinita de pontos na mesma linha e todas as retas são iguais. Por um mesmo ponto, pode passar um número indefinido de retas, com apenas um ponto em comum, e todas são realmente iguais, enchendo todo o espaço cósmico, que é também infinito.

2)  Nós, que fomos criados, somos comparados com a figura da semirreta. Todo matemático sabe que uma semirreta tem início, e não tem fim. Nós também tivemos início, e não teremos fim. Nós não somos todos iguais, pois fomos criados em momentos diferentes, e o criador nem é sempre o mesmo.

3)  O Mistério da Santíssima Trindade: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo, três pessoas distintas, mas um só Deus. Deus aqui é comparado com o maior conjunto possível, cosmicamente falando. Cada espírito, cada ser vivo, cada célula e cada átomo são elementos deste “imenso conjunto cósmico”, que pode ser dividido em milhares de subconjuntos. Cada ponto é um elemento deste imenso conjunto, que é o infinito espaço cósmico, que continua sendo espaço livre, pois tudo aqui são só ideias e conceitos abstratos, dentro de conceitos racionais e lógicos.  Deus-Pai, a quem realmente chamo de Deus, é um elemento deste conjunto também. Jesus já nos ensinou: “Mas vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade” (Jo 4,23 e 24).

4)  Dividindo o grande conjunto cósmico em três (3) subconjuntos, temos:

a) Deus-Pai-Mãe-Criador, o Espírito Incriado e primeiro Criador, é um conjunto de um só elemento, já que ninguém é igual ao Pai.

b) Deus-Espírito-Santo é o conjunto de todos os espíritos criados, que estão libertos dos corpos de carne. Então cada espírito livre da matéria bruta é um elemento deste conjunto (subconjunto), que é o “Espírito-Santo”.

c) Deus-Filho é o conjunto de tudo aquilo que existe no reino da matéria, pois a matéria também foi criada, desde o átomo até a um planeta, desde o microscópico vírus até ao ser humano, que é o rei da criação. Então cada ser vivo é um elemento deste conjunto (subconjunto), que é o “Deus-Filho”.

(Término do texto da 3ª carta para o bispo Dom Célio).

Veja este texto da carta para o Dr. Carlos Magno Ramos:

‘Conforme os ensinamentos do catolicismo, protestantismo e dos pentecostais, Deus é um Deus Trino: “Um só Deus, em três pessoas distintas: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo”.

Essa incógnita complicou a cabeça ou a mente de muitos teólogos, que foram os responsáveis por muitos princípios sofistas e encontraram a solução ou saída pelo mistério, que ninguém consegue explicar. Denomino como “mistério”, o orgulho e a vaidade dos sábios, já que não tiveram a humildade de contar ou revelar que não sabiam nada como explicar este ou aquele assunto em estudo.

Chamo realmente de DEUS, apenas, o Espírito Incriado ou Deus-Pai-Mãe, que é o primeiro Criador. Deus iniciou a criação, mas Ele não é a criação. Deus não é o Todoe nem está no Todo”, mas Ele é um elemento do Todo” e, então, faz parte do Todo”. Deus não guardou só para si a capacidade de ser “o único criador”, então existem muitos outros criadores.

Utilizando-se dos conhecimentos da matemática, pode-se dizer que toda contagem inicia-se com o númeroum” ou com a primeira unidade, que está contido em todos os números seguintes, então faz parte da quantidade total existente e é um elemento dela. Também digo que, tudo na geometria, inicia-se pela figura doponto”. Qualquer outra figura geométrica é um conjunto de pontos e o primeiro ponto é um elemento dessa figura ou desse conjunto. 

Como o ponto está contido em toda figura geométrica e a primeira unidade, ou o número 1, também está contida em todos os números seguintes, então surgiram as ideias sofistas do monismo, do panteísmo e até do politeísmo com relação a Deus.

Tudo são ideias subjetivas sobre a busca do conhecimento do infinito, do próprio ser humano e de Deus, que é um espírito puro entre muitos outros espíritos.

Comparo Deus com a reta”, que não tem início e nem fim, e nós, que fomos criados simples e ignorantes, com a “semirreta”, que tem início e não tem fim.

Quem comparou ou compara Deus com o ponto ou com a primeira unidade, perdeu-se ou se perde na própria liberdade de pensar, já que não consegue diferenciar mentalmente ele mesmo de Deus, que é a plenitude da perfeição. Esse se perdeu e se complicou no labirinto, formado dentro de sua própria mente, já que não consegue pensar infinitamente, e, tenta fazer de Deus, um protótipo humano e daqueles bem imperfeitos mesmos’.

(Término do texto da carta para o Dr. Carlos Magno Ramos).

Muitos, que dizem: Deus está dentro de mim, confundem Deus com o próprio espírito que cada um é e que está reencarnado num corpo de carne. A estes faz muita falta o autoconhecimento, pois cada um tem a sua identidade cósmica.

Eis o que escrevi na encíclica: “A Alegria do Evangelho” (6g): (“É a união dos povos, que, na ordem universal, conservam a sua própria peculiaridade; é a totalidade das pessoas em uma sociedade que procura um bem comum que verdadeiramente incorpore a todos”. Pág. 133 – Item 236). Em função do labirinto das ideias, que foi criado pelos seguidores de Jesus nos quatro primeiros séculos da Era Cristã, ficou quase impossível para que o Espírito de Deus continuasse revelando a Verdade. Foi necessário mais 16 séculos para que Deus pudesse revelar a Verdade e assim todos agora podem compreender a Verdade Plena (Jo 16,13). Aqui está oculta uma grande verdade com o relato da Torre de Babel (Gn 11,1 a 9), mas o mesmo deve ser compreendido de uma forma inversa: “Deus desceu no final do século XX para unir os povos”. (25/01/2014).


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